‘Cérebro podre’: como o ‘brain rot’ se relaciona com o fato do Brasil ser o 2º país mais online?
'Brain rot', ou 'apodrecimento cerebral', descreve o consumo excessivo de conteúdos irrelevantes na web.
Em 2024, o termo “brain rot“, escolhido como a palavra do ano pelo dicionário de Oxford, trouxe à tona preocupações crescentes sobre os efeitos do consumo excessivo de conteúdos digitais.
Termo que ilustra o impacto do consumo repetitivo de conteúdos considerados de baixo valor, o “brain rot” reflete um fenômeno amplamente observado nas plataformas digitais.
No Brasil, tal preocupação é intensificada pelo fato de o país ocupar a segunda posição global em tempo de uso diário da internet, com 9 horas e 13 minutos, de acordo com o Relatório Digital 2024. Apenas a África do Sul supera essa marca, com 9 horas e 44 minutos.
O acesso incessante a conteúdos, frequentemente de pouca relevância, contribui para a disseminação desse fenômeno.
Especialistas afirmam que tal comportamento resulta em um impacto negativo nas funções cognitivas e emocionais dos usuários, o que agrava questões como ansiedade e distanciamento social.
Excesso de conteúdos digitais pode gerar danos à saúde mental – Imagem: reprodução/Robin Worrall/Unsplash
Consequências do uso excessivo de telas
A compulsão por conteúdos digitais de baixa qualidade provoca uma deterioração das funções executivas. Essa compulsão altera a capacidade de planejamento e autocontrole dos usuários, afetando atividades cotidianas.
Em 2024, a ansiedade foi eleita a palavra do ano por 22% dos participantes de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Ideia. Essa escolha ressalta a preocupação com o bem-estar mental em um mundo cada vez mais digital.
Impactos na educação
Na educação, o “brain rot” se manifesta na dificuldade dos alunos em manter a atenção em sala de aula. Métodos ativos de ensino podem ajudar a reverter a situação, ao promover um aprendizado mais colaborativo e crítico.
O afastamento dos alunos das tarefas escolares é um dos sinais mais claros desse fenômeno. A introdução de metodologias como quizzes e jogos educativos é capaz de auxiliar no resgate do interesse pelo aprendizado.
Estratégias de prevenção
Para combater o “brain rot“, é fundamental estabelecer limites no tempo de tela. O ideal é aplicar técnicas como a exclusão de aplicativos de distração e a busca por conteúdos positivos, como:
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Definir ou reduzir o tempo nas redes sociais;
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Excluir aplicativos que causam distração;
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Seguir perfis que promovem o bem-estar;
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Buscar apoio psicológico se necessário.
Além disso, a leitura de clássicos literários e atividades físicas é recomendada para estimular o cérebro. A educação socioemocional também desempenha um papel vital na conscientização sobre o uso excessivo de tecnologias.
Com tais práticas, é possível mitigar os efeitos do “brain rot” e promover um uso mais equilibrado das plataformas digitais, o que previne suas consequências adversas tanto na saúde mental quanto no desempenho educacional.
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