Clientes relatam impostos absurdos sobre produtos da Shein
Muitas mercadorias estavam com impostos mais caros que o valor pago pelos produtos.
Na última semana, vários consumidores relataram que foram taxados ao comprar produtos na Shein. A Shein é uma loja de moda online que se tornou popular em todo o mundo, especialmente entre jovens consumidores que buscam roupas a preços acessíveis. Muitas mercadorias estavam com impostos mais caros que o valor pago pelos produtos.
WellColussi relatou, em sua página no Twitter, na última terça-feira (28), que comprou R$ 320 na Shein e recebeu uma cobrança de R$ 425,79 em impostos. Já no sábado (25), um consumidor informou ao Estadão que fez uma compra de R$ 187,75 e foi tributado em R$ 225,29. Dessa forma, para ter acesso ao pacote, ele precisará pagar o valor nos Correios para a Receita Federal.
O cliente relatou a taxação à Shein, que ofereceu duas opções ao consumidor. A primeira era receber o reembolso de 50% do valor do imposto pago após retirar o produto ou recusar o pacote e receber o reembolso do valor da compra.
“Normalmente os clientes não seriam cobrados dos impostos com o Correio normal. Agora, porém, os consumidores poderão ter que pagar os tributos ‘devido à inspeção aduaneira cada vez mais rigorosa’, disse a Shein.
Afinal, o que está acontecendo?
As leis continuam as mesmas no Brasil. A Receita Federal isenta o imposto de pessoas físicas que compram até US$ 50 (cerca de R$ 260 no câmbio atual) em lojas estrangeiras. No entanto, agora, o governo enfrenta uma forte pressão de varejistas brasileiros que defendem a tributação de todas as compras estrangeiras.
Um grupo no Congresso pela FPE (Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo) classifica o comércio online de produtos asiáticos como “contrabando digital”.
Marco Bertaiolli (PSD-SP), que preside a Frente, disse que empresas chinesas costumam dividir uma mesma compra em vários pacotes para evitar impostos.
“Ela manda cinco pacotes, um com cada camiseta, para estar abaixo do valor que é taxado, de US$ 50”, afirmou, à Folha de S. Paulo.
Essa disputa entre varejistas brasileiros e e-commerces estrangeiros não é nova, mas ganhou força na pandemia, quando mais pessoas começaram a comprar nessas plataformas.
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