Com enchentes no Acre, surge a possibilidade de uma cidade se deslocar para outro país

Com fortes chuvas assolando Brasileia, no Acre, pode acontecer um deslocamento territorial considerável.

As enchentes que atingem a cidade de Brasileia, no Acre, estão provocando uma crise sem precedentes, à medida que os níveis dos rios atingem marcas históricas jamais registradas.

Com um aumento alarmante de 15,58 metros, os rios transformaram a grande maioria dos bairros da cidade em vastas zonas alagadas, desencadeando evacuações em massa e a migração forçada de comunidades inteiras.

Entre os bairros mais atingidos, destaca-se Leandro Barbosa, localizado nos arredores da cidade, cuja única via de acesso foi submersa pelas águas tumultuadas.

Imagens impressionantes revelam os impactos devastadores da erosão causada pelas enchentes, sugerindo até mesmo uma alteração geográfica significativa: o possível deslocamento do bairro para o território boliviano.

A prefeita Fernanda Hassem, embora aguarde o recuo das águas para confirmação, levanta a hipótese de uma anexação do bairro ao país vizinho, dadas as mudanças repentinas na geografia local.

Essa situação inédita não apenas evidencia a gravidade das enchentes no Acre, mas também lança uma nova perspectiva sobre os desafios enfrentados por regiões fronteiriças em tempos de desastres naturais.

Imagem: Reprodução / CNN

A possibilidade de uma parte do território estadual se encontrar em solo estrangeiro representa uma complicação adicional para as autoridades locais, que enfrentam a difícil tarefa de lidar com os impactos imediatos das enchentes e, ao mesmo tempo, planejar soluções de longo prazo para uma eventual reconfiguração territorial.

As consequências do deslocamento territorial

Após a destruição de 32 pontes, a cidade agora está completamente isolada por via terrestre, enfrentando uma situação de completo caos. A energia elétrica foi desativada de forma preventiva, restando apenas dois bairros com acesso ao serviço.

A devastação atingiu em cheio a infraestrutura da cidade, com 15 prédios públicos, incluindo o fórum, a prefeitura e a delegacia, submersos sob as águas, evidenciando a gravidade do desastre.

Com 16 abrigos em funcionamento para acolher 319 famílias e outras 3.128 famílias buscando refúgio em residências de parentes ou em abrigos temporários, o município enfrenta uma crise humanitária de proporções alarmantes.

As consequências dessa possível alteração territorial vão além da geografia, afetando diretamente a comunidade indígena dos Jambinaua.

Com 186 pessoas forçadas a abandonar suas residências, o local que antes chamavam de lar agora se tornou uma fronteira terrestre entre o Brasil e a Bolívia.

A prefeita Fernanda Hassem faz um apelo urgente por assistência, enfatizando a necessidade humanitária das ações empreendidas e a inevitabilidade de reconstruir a cidade.

Embora os cadastros das populações mais afetadas já tenham sido realizados pelo governo federal, o processo de recuperação será prolongado e repleto de desafios.

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