Conheça o rosto de John Barber, um ‘vampiro’ do século 18

O homem, como comprovaram os exames de DNA, não era realmente um vampiro como seus contemporâneos pensavam.

O século 18, conhecido como a Era das Luzes, ironicamente, ainda abrigava muitas crenças sem fundamentos, entre elas o mito dos vampiros. Em 1990, em Connecticut, arqueólogos descobriram um esqueleto que era provavelmente considerado, pelos seus conterrâneos, um vampiro.

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O fundamento dessa suspeita se baseia em uma tradição antiga, que consistia em enterrar as pessoas de quem se suspeitava que fossem vampiros com os ossos cruzados. Na ideia popular, um enterro nessa posição garantiria que o suposto vampiro não retornaria do além.

Quem realmente era JB55?

Os restos mortais encontrados em 1990 foram chamados de JB55, de acordo com as informações que estavam gravadas no caixão, e provavelmente se referiam às iniciais do falecido e a sua idade ao morrer.

Algo que chamou a atenção dos escavadores foi a disposição dos ossos. “Os ossos do fêmur [foram] removidos e atravessados sobre o peito. Desta forma, eles não seriam capazes de andar por aí e atacar os vivos”, conta a diretora de bioinformática Ellen Greytak.

Crédito da imagem: Parabon Nanolabs, Virginia Commonwealth University

Por meio de um estudo do DNA encontrado no esqueleto, no ano de 2019, os cientistas descobriram que o suposto vampiro, na verdade, era um homem chamado John Barber.

Barber era um agricultor pobre, que faleceu vítima de Tuberculose. Durante o século 18, as pessoas contagiadas com a doença eram muitas vezes chamadas de vampiros. Isso acontecia pois, como consequência da doença, as pessoas exibiam uma aparência magra, pálida, e em muitos casos, por conta dos acessos de tosse, o canto da boca ficava marcado pelo sangue expelido.

De acordo com a história, nos casos em que houvesse a possibilidade de que o falecido fosse na realidade um vampiro, a prática consistia na própria família exumar o cadáver e modificar a posição dos ossos, e só então enterrar novamente.

Como foi feita a reconstrução?

Com a amostra de DNA extraída, a equipe forense assumiu o desafio de investigar o esqueleto de mais de 200 anos. Com esforço, os cientistas fizeram o sequenciamento do genoma, com o método conhecido como Cobertura 30X, onde cada pedaço do genoma passa por 30 sequenciamentos. Só que no caso de John, só foi possível sequenciar 2,5X.

Após esse exame, com um programa de reconstrução facial 3D e a ajuda de um artista forense, foi possível associar algumas características físicas, como, por exemplo, que a cor de pele provavelmente era clara, os cabelos e olhos castanhos e ele talvez tivesse algumas sardas.

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