Os melhores contos de mistério e suspense
Histórias de arrepiar para contar entre os alunos e amigos, além de dicas infalíveis que vão te orientar sobre como escrever seus próprios contos.
Já reparou que, em filmes ambientados em acampamentos, sempre tem aquele momento no qual todo mundo se senta em volta da fogueira para ouvir uma história? Mas, não é qualquer história! São sempre contos envolvendo mistério e suspense!
A boa notícia é que você não precisa sair acampando por aí para contar e ouvir contos do tipo. Sim, até pode mas, que tal começar a testar essa experiência na escola ou em casa, trocando ideias com os amigos?
A seguir, selecionamos contos de mistério e suspense, como trabalhar isso em sala de aula, além de dicas para te ensinar a escrever suas próprias histórias. Preparados? Então, pega lá sua pipoca e… senta que lá vem história!
Projeto Contos de mistério e suspense na escola
O projeto é muito indicado para alunos do ensino fundamental, especialmente, dos anos finais. Eles precisam chegar ao ensino médio preparados quanto à leitura e escrita pois, dali para frente, começam a focar seus estudos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O problema é que muitos deles ainda apresentam, nesta fase, alguma dificuldade em estruturar seus textos, especialmente, narrativos. É aí que entra a importância de introduzir o gênero com textos que atraiam sua atenção.
Desenvolvendo o projeto
O objetivo do projeto é que o professor apresente como se dá o processo de composição, incluindo o planejamento da ideia, a transcrição do que foi pensado (o texto, em si) e, por fim, a revisão do que foi escrito. Para alcançá-lo, é preciso traçar estratégias.
Uma sugestão é conversar sobre histórias, contos e filmes de mistério, apontando as principais características, a estrutura do enredo, a apresentação dos personagens, entre outros elementos. A seguir, aplicar um conto pré-selecionado para que os alunos leiam.
Mas, não é, simplesmente, entregar o conto. Para despertar a imaginação e trabalhar o desenvolvimento textual, distribua a história incompleta, pedindo que os alunos leiam em casa e reflitam sobre um possível desenrolar.
No dia seguinte, peça que eles tragam suas anotações e entregue o texto completo. Analise o que os alunos escreveram, separe o que chegou mais próximo e, também, discuta o que acharam do desfecho e porque a história acabou daquela forma.
Estrutura do texto
Depois desse momento, comece a trabalhar com a classe os elementos linguísticos textuais, estratégias descritivas, adjetivos, frases de efeito, estruturas frasais, enfim, todas as características presentes na história.
A partir daí, o aluno deve começar a entender o público que pretende alcançar, como caracterizar seus personagens e o modo de desenvolver sua história. Um bom conto deve obedecer a seguinte estrutura:
- O QUÊ? – o fato;
- QUEM? – personagens;
- COMO? – como os fatos vão acontecendo;
- ONDE? – o lugar onde tudo está acontecendo;
- QUANDO? – quando se passam os fatos;
- POR QUÊ? – por que aquilo está acontecendo
Como colocar isso no texto? Inicialmente, o escritor deve apresentar o assunto, o local onde ocorre, o que vai acontecer e quem está envolvido. O problema deve crescer gradualmente até chegar ao clímax, que é o máximo de complicação da questão, até seu desfecho.
Em meio a toda a história, os alunos devem notar que o autor precisa fazer com o que leitor queira saber o que está acontecendo, se confunda entre os suspeitos, bem típico das narrativas de suspense.
O professor deve delimitar os elementos a serem trabalhados, além do foco narrativo (primeira ou terceira pessoa). Antes de começar a rascunhar as histórias, peça que os alunos leiam mais alguns exemplos, até para construir repertório e ter mais ideias.
Escrevendo a história
Os alunos leram mais exemplares, trouxeram várias situações e níveis de suspense (roubo, sequestro, assassinato)? Agora, é hora de colocar em prática! Peça que eles comecem a escrever suas próprias histórias e pense em uma forma legal de publicá-las.
Dicas para escrever um bom conto de suspense
Como prometido, trouxemos dicas interessantes de como escrever uma boa história de suspense e mistério. Elas podem ser aplicadas tanto no projeto desenvolvido em sala de aula quanto em qualquer outro momento. Vamos lá?
Prepare a história
leia exemplos de histórias no gênero que quer escrever para ter noção de como desenrolar o texto, apresentar o problema, a ambientação e os personagens
perceba como a história descreve a forma com que os personagens lidam e resolvem o problema, bem como os obstáculos encontrados
Desenvolva a sua história
- identifique seus personagens, suas descrições físicas e psicológicas
- especifique o ambiente e o tempo nos quais sua história será desenvolvida
- crie um problema a ser resolvido e como ele será complicado
- use ganchos que mantenham o leitor preso ao texto, de forma a querer seguir com a leitura para descobrir como a situação vai ser resolvida
- desenvolva uma solução final, de preferência, inesperada
- coloque as ideias no papel
Nesse processo, procure usar o máximo de detalhes de forma a tornar sua história atrativa para o leitor. Lembre-se de sempre revisar seu texto e, também peça que um amigo leia a fim de dar sugestões ou apontar o que pode ser melhorado.
Contos de mistério e suspense
Perseguição – Paulo André T.M.Gomes
Meia noite, cansado e com sono, lá estava eu, andando pelas ruas sujas e desertas dessa cidade. Minhas únicas companhias eram a Lua e alguns animais de vida noturna. Num canto havia um cão e um gato tentando encontrar alimentos, revirando latas de lixo. Em outro ponto da rua, ratos entravam e saíam de um esgoto próximo à padaria da esquina. Eu estava tentando lembrar por que havia saído tão tarde do emprego, quando ouvi uns passos atrás de mim.
Caminhei mais depressa, sem olhar para trás. Comecei a tremer e a suar frio. Coração acelerado. Aqueles passos não paravam de me perseguir. Virei depressa. Não havia nada além de sombras. O medo aumentou. Ou eu estava enlouquecendo, ou estava sendo seguido por algo sobrenatural.
Corri desesperadamente. Parei na primeira esquina, ofegante. Olhei novamente. Nada! Continuei a andar, tentando manter a calma. Faltava pouco pra chegar a minha casa.
Já mais tranquilo, parei, finalmente, em frente à minha porta. Peguei a maçaneta, ainda um pouco trêmulo devido ao susto e à corrida. Quando a girei, a porta não abriu. Provavelmente meus pais já estavam dormindo. Procurei minhas chaves em todos os bolsos que tinha. Não encontrei.
Os passos recomeçaram. O medo voltou em dobro. Estava meio tonto. Não conseguia manter-me de pé. O mundo girava vertiginosamente. Tentei gritar, mas a voz não veio. Aquele som se aproximava cada vez mais. Não havia saída. Juntei, então, todas as minhas forças e, num movimento brusco… Caí da cama e acordei!
Conto de mistério – Stanislaw Ponte Preta
Com a gola do paletó levantada e a aba do chapéu abaixada, caminhando pelos cantos escuros, era quase impossível a qualquer pessoa que cruzasse com ele ver seu rosto. No local combinado, parou e fez o sinal que tinham já estipulado à guisa de senha. Parou debaixo do poste, acendeu um cigarro e soltou a fumaça em três baforadas compassadas. Imediatamente um sujeito mal-encarado, que se encontrava no café em frente, ajeitou a gravata e cuspiu de banda.
Era aquele. Atravessou cautelosamente a rua, entrou no café e pediu um guaraná. O outro sorriu e se aproximou:
Siga-me! – foi a ordem dada com voz cava. Deu apenas um gole no guaraná e saiu. O outro entrou num beco úmido e mal-iluminado e ele – a uma distância de uns dez a doze passos – entrou também.
Ali parecia não haver ninguém. O silêncio era sepulcral. Mas o homem que ia na frente olhou em volta, certificou-se de que não havia ninguém de tocaia e bateu numa janela. Logo uma dobradiça gemeu e a porta abriu-se discretamente.
Entraram os dois e deram numa sala pequena e enfumaçada onde, no centro, via-se uma mesa cheia de pequenos pacotes. Por trás dela um sujeito de barba crescida, roupas humildes e ar de agricultor parecia ter medo do que ia fazer. Não hesitou – porém – quando o homem que entrara na frente apontou para o que entrara em seguida e disse: “É este”.
O que estava por trás da mesa pegou um dos pacotes e entregou ao que falara. Este passou o pacote para o outro e perguntou se trouxera o dinheiro. Um aceno de cabeça foi a resposta. Enfiou a mão no bolso, tirou um bolo de notas e entregou ao parceiro. Depois virou-se para sair. O que entrara com ele disse que ficaria ali.
Saiu então sozinho, caminhando rente às paredes do beco. Quando alcançou uma rua mais clara, assoviou para um táxi que passava e mandou tocar a toda pressa para determinado endereço. O motorista obedeceu e, meia hora depois, entrava em casa a berrar para a mulher:
– Julieta! Ó Julieta… consegui.
A mulher veio lá de dentro enxugando as mãos em um avental, a sorrir de felicidade. O marido colocou o pacote sobre a mesa, num ar triunfal. Ela abriu o pacote e verificou que o marido conseguira mesmo.
Ali estava: um quilo de feijão.
O Mistério assustador
Numa pequena cidade do interior havia um mistério nunca revelado.Todos os moradores tinham medo e andavam apavoradas.Trata-se de uma pequena casa abandonada,onde morou um antigo prefeito da cidadezinha.Após sua morte, os moradores passaram a ouvir estranhos barulhos de sua casa.
Gritos, portas se batiam eram alguns sons que todos ouviam ao se aproximar da casa.Certo dia, dois compadres resolveram entrar na casa que intrigava todos os moradores da pacata cidade.
Logo que se aproximaram da casa começaram a ouvir barulhos de portas batendo. Os dois ficaram muito assustados, mais não desistiram e entraram na casa. Perceberam que o barulho vinha do quarto, então subiram as escadas em direção ao quarto, respiraram fundo, criaram coragem e abriram a porta, mais não havia nada lá dentro.
Os dois compadres resolveram andar por toda a casa. Os barulhos continuavam cada vez mais altos. Eles entraram na biblioteca a porta se fecha e eles ficam paralisados com aquilo que veem. Eles soltam um grito de horror que é ouvido por todos da rua. Desde esse dia nunca mais se viu esses dois compadres.
E a cidade que tinha um grande mistério passou a ter dois, para o terror de todos os moradores.
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