Dados de motoristas paulistas vazam e Detran-SP entra em alerta contra ataque hacker
As primeiras informações sobre o ataque foram divulgadas pelo portal Olhar Digital, que por sua vez foi contactado por um ciberativista.
O portal Olhar Digital, que é especializado em tecnologia, teve acesso em primeira mão a informações vazadas por hackers que supostamente atacaram o banco de dados do Departamento de Trânsito do Estado de São Paulo (Detran-SP) ou de alguma instituição auxiliar.
Diversos motoristas paulistas tiveram os seus dados pessoais coletados dos bancos de dados da autoridade de trânsito do estado de São Paulo e divulgados em grupos de hackers na internet, conforme informou um ciberativista que entrou em contato com o Olhar Digital.
Depois de comparar as informações obtidas com dados disponíveis no portal do Detran-SP, o Olhar Digital constatou a veracidade delas e informou o ocorrido à entidade.
Por sua vez, o Detran-SP disse que os seus bancos de dados não foram violados, mas mesmo assim pediu a abertura de investigação junto à polícia paulista.
Mais detalhes sobre o ataque
Ainda segundo o Olhar Digital, na comparação de informações feitas, foi possível constatar que os hackers de fato têm informações de milhões de condutores do estado de São Paulo.
Além disso, o ciberativista informante disse que os criminosos digitais que tiveram acesso a esses dados estão tentando capitalizá-los, cobrando valor a partir de 30 mil dólares (cerca de 150 mil reais) para desfazer a operação. Até o momento, não se sabe o que eles podem fazer se continuarem com a posse desses dados.
O que deve ser feito?
Visando orientar condutores que eventualmente tenham sido afetados pelo vazamento de dados, o Olhar Digital entrou em contato com o advogado Leandro Alvarenga, que é colunista do site e especialista em casos como esse.
Segundo Alvarenga, as primeiras ações são coordenadas pelo Ministério Público, que deve acionar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para alertar sobre o ataque hacker. Em seguida, as pessoas atingidas podem entrar com ações próprias nos órgãos competentes.
O advogado disse ainda que é recomendado entrar com alguma ação dentro de até 48h, a partir da constatação do dano sofrido pelo condutor em questão. Além disso, é importante notar que o vazamento pode ter sido feito a partir de uma entidade adjacente ao Detran-SP e não do Departamento de Trânsito em si.
“Devem ser tomadas providências para mitigar os danos aos titulares. O prazo de 48 horas começa a correr a partir da ciência do incidente. Vale lembrar que os dados do Detran-SP podem ter sido vazados de outros locais, como do Denatran ou até de outro Detran que tenha acesso a essas informações. É muito complicado apontar se é um vazamento ou não”, disse ele.
Com a palavra, o Detran-SP
Como dito anteriormente, o Olhar Digital entrou em contato com o Detran-SP, que por sua vez afirmou que não houve nenhum ataque ao seu banco de dados.
De toda forma, a entidade submeteu o caso à investigação de órgãos de polícia paulistas que são especializados nesse tipo de ação criminosa.
“A Prodesp, empresa de tecnologia do Governo do Estado de São Paulo responsável pelo armazenamento e processamento de dados do Detran-SP, informa que não houve violação do banco de dados do Departamento de Trânsito no sistema da companhia, que adota rígidos controles de acessos e conta com monitoramento 24 horas em tempo real pelas equipes de TI – Tecnologia da Informação”, disse o Detran-SP em nota.
“Mesmo assim, diante das informações apresentadas pela reportagem, a área de Auditoria do Detran-SP já solicitou o apoio da Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER), subordinada ao Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), para investigar a origem e a eventual procedência relativa a acesso irregular para obtenção de informações na base de dados do Departamento de Trânsito Paulista”, completou o órgão.
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