Desmatamento da Floresta Amazônica – Principais causas e consequências

Em estudo recente, pesquisadores apontam que o desmatamento da Amazônia está se aproximando de um ponto irreversível. Veja as principais causas.

Dividida entre os estados brasileiros do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima Tocantins e parte do Maranhão e nos países vizinhos Venezuela, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia, Suriname, Guiana e Guiana Francesa, a Floresta Amazônica ocupa cerca de 7% da superfície do planeta Terra.

Isso equivale a 6,5 milhões de quilômetros quadrados, sendo que mais de 85% deles fazem parte do território brasileiro. A Amazônia guarda uma incrível fauna e flora, estimadas em 50% da biodiversidade mundial.

Hoje, um dos principais problemas da Floresta Amazônica é o desmatamento e as suas consequências, que impactam não só o Brasil, mas o mundo como um todo. Além do grande problema da extinção de animais e plantas, a amazônia atua como um importante regulador climático.

Causas do desmatamento da Floresta Amazônica

Em épocas mais críticas, como no início dos anos 2000, estima-se que mais de 26 mil quilômetros quadrados eram desmatados todos os anos. Em 2018, somente no mês de abril, aproximadamente 217 quilômetros quadrados foram desmatados.

E quando nos referimos à região, vale lembrar que a Amazônia Legal compreende todos os estados citados acima, ou seja, mais de 60% do território nacional, e não apenas o Amazonas, uma associação muito comum por causa do nome.

Algumas ações humanas são preponderantes para concretizar números tão altos. Como é de se imaginar, a atividade madeireira é uma das principais. Grande parte da degradação é causada pelo corte ilegal de madeira, que é comercializada, também ilegalmente, abastecendo a indústria moveleira e da construção civil.

Desmatamento Amazônia
Foto: Alberto César Araújo

Ainda que a região registre baixos índices demográficos, a crescimento populacional faz com grandes áreas precisem ser devastadas para que as cidades aumentem rumo às florestas para abrigar novos moradores.

Por último, mas não menos importante, estão a agricultura e a pecuária. Grandes áreas têm as árvores cortadas ou queimadas para ceder espaços aos pastos de bovinos ou grandes plantações de soja. Hoje, calcula-se que mais de 83% das áreas desmatadas tenham essa finalidade.

Essas atividades, além do desmatamento, provocam uma série de prejuízos ao meio ambiente. Entre eles, o empobrecimento e compactação dos solos, contaminação de rios e do lençol freático com agrotóxicos, além do aumento da emissão de gases poluentes.

Consequências

Depois de alguns anos em queda, o desmatamento da Amazônia voltou a crescer, de acordo com dados levantados por pesquisadores do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Segundo a fonte, entre agosto de 2016 e julho de 2017 o número foi 40% maior que no período anterior.

Enquanto em abril de 2018 cerca de 217 quilômetros quadrados foram desmatados, no mesmo período de 2017 o número foi 97 quilômetros quadrados. Hoje, o Mato Grosso é responsável por quase 50% de todo o desmatamento, seguido de perto pelo Amazonas (23%), Pará (19%), Roraima (5%) e Rondônia (3%).

Um dado preocupante é que o desmatamento chegou até a área conhecida como cinturão verde. Ela atravessa os estados do Acre, norte do Mato Grosso, sul do Amazonas, parte de Rondônia, até o oeste do Pará. A maior parte da derrubada de árvores aconteceu nessa região, onde passam três rodovias federais.

A preocupação é justamente por se tratar de uma área onde deveriam concentrar-se áreas de proteção, fazendo a contenção do desmatamento e incentivando o uso sustentável dos recursos da floresta.

São muitas as consequências do desmatamento da Floresta Amazônica. A extinção de espécies da fauna e flora, como já mencionado, aumento da poluição do ar por conta das grandes queimadas, desequilíbrio dos ecossistemas, além de aumento das erosões, já que sem as árvores, o solo fica completamente desprotegido.

Área da Amazônia desmatada
Área da Amazônia desmatada

Outro grande problema está relacionado com a queda dos níveis de chuva nos trópicos em regiões próximas à Amazônia, tais como Argentina, Uruguai, Paraguai e o sul do Brasil.

De acordo com informações de um estudo feito pela Universidade de Leeds, na Inglaterra, e pelo Centro de Ecologia e Hidrologia do Conselho de pesquisa Ambiental Britânico, a destruição da floresta pode diminuir as chuvas na Amazônia em cerca de 21% até 2050, sobretudo, durante o período de seca.

Além disso, uma quantidade importante de luz solar é absorvida pelas árvores para o processo de fotossíntese e evapotranspiração, que é a combinação da evaporação da água do solo e transpiração dos vegetais.

Sem a cobertura vegetal, a tendência é que a temperatura comece a subir, contribuindo significativamente com as mudanças climáticas.

Ademais, o desmatamento é um importante agente na desertificação, assoreamento de rios e lagos e pode facilitar a transmissão de pragas e doenças. Ele também altera muito os hábitos de vida dos indígenas tradicionais que vivem na região e são donos de uma vasta e rica cultura.

Fiscalização

Desde 1988 a região é monitorada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entretanto, por conta da grande extensão territorial, as políticas de fiscalização nem sempre conseguem ser completamente efetivas.

Boa parte da fiscalização é feita por satélites, que quantificam o desmatamento das áreas de vegetação nativa, dando suporte às ações de controle e combate ao desmatamento ilegal.

A partir dos dados colhidos pelos satélites é possível mensurar as taxas anuais de desflorestamento, produzindo um banco de dados geográficos, uma espécie de arquivo feito ao longos dos anos.

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