Ela está de volta! Após 5 anos da pandemia, interesse pela ivermectina cresce novamente

O uso da ivermectina como tratamento alternativo volta a ganhar popularidade, impulsionado por influenciadores e debates sobre liberdade médica nos Estados Unidos.

Nos últimos anos, a ivermectina tem sido o centro de um debate acalorado, especialmente entre grupos conservadores nos Estados Unidos. Este medicamento antiparasitário, que ganhou notoriedade durante a pandemia de Covid-19, está novamente em destaque.

A discussão gira em torno de sua eficácia no tratamento de diversas condições de saúde, apesar das advertências de autoridades médicas. Um dos principais divulgadores dessa ideia é Joe Grinsteiner, um influenciador de direita e músico de country, que reside em Michigan.

Grinsteiner promove o uso da ivermectina para doenças além das parasitárias, alegando benefícios que não são sustentados por evidências científicas. Suas postagens nas redes sociais acumulam milhões de visualizações e geram debates intensos.

Enquanto as autoridades de saúde se esforçam para alertar sobre os riscos do uso inadequado de medicamentos, incluindo a potencial toxicidade, legisladores conservadores apoiam sua venda sem prescrição. Esse movimento cresce em estados como Arkansas, Kentucky e Texas, em nome da “liberdade médica”.

O papel dos influenciadores na propagação da ivermectina

Foto: iStock

Joe Grinsteiner é uma figura proeminente entre aqueles que defendem o uso da ivermectina. Em vídeos, ele afirma que o medicamento curou seu câncer de pele e outros problemas de saúde de familiares. No entanto, a comunidade médica não embasa tais afirmações.

Grinsteiner sugere que há uma conspiração entre políticos e empresas farmacêuticas para suprimir os “verdadeiros benefícios” da ivermectina. Essa narrativa de desconfiança encontra eco entre muitos americanos conservadores, que veem o medicamento como um símbolo de resistência contra um sistema que consideram corrupto.

Liberdade médica

O debate sobre a ivermectina não se restringe apenas a influenciadores e redes sociais. Vários estados dos EUA estão considerando legislações que facilitariam a compra do medicamento sem a necessidade de receita médica. Arkansas já aprovou tal medida, e outros estados estão seguindo o exemplo.

A ideia por trás dessas propostas é garantir a liberdade dos cidadãos em escolher seus tratamentos. No entanto, críticos alertam para os perigos potenciais de usar medicamentos sem supervisão médica adequada, especialmente na sua forma veterinária.

Advertências médicas e riscos associados à ivermectina

A FDA e outros órgãos reguladores continuam a enfatizar que a ivermectina não é aprovada para tratar Covid-19.

Especialistas, como o ex-diretor da FDA Robert Califf, expressam preocupação com possíveis overdoses e efeitos adversos, como problemas no sistema nervoso central.

A mídia conservadora, entretanto, promove a ivermectina como parte essencial de kits de sobrevivência, alimentando ainda mais a demanda. Tal promoção aumenta o risco de uso indiscriminado e perigoso do medicamento.

O renovado interesse pela ivermectina reflete um cenário complexo, em que desinformação, desconfiança e busca por autonomia médica se entrelaçam. Com legislações em andamento e influenciadores alimentando o debate, o futuro do uso da ivermectina nos Estados Unidos permanece incerto.

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