Em escola na Tailândia, são os alunos que contratam professores

Uma escola onde os alunos criam regras e podem até definir a contratação de professores? Embora pareça ficção ou utopia, o colégio realmente existe e funciona em uma cidade da Tailândia, no sudeste asiático.

Por lá, os alunos têm diversas atribuições, como lavar os próprios pratos após a refeição no intervalo.

Mais que isso: outros alunos, mais velhos, supervisionam se os utensílios estão realmente limpos e eventualmente pedem para lavar novamente, se for necessário.

Atualmente, o colégio interno Mecchai Pattana, no interior do país, tem cerca de 150 alunos. E eles têm algumas atribuições que, normalmente, seriam voltadas aos adultos.

Escola com regras únicas é criada por ativista

O idealizador dessa escola é o ativista Mecchai Viravaidya. Ele ficou famoso na década de 1970 por incentivar as famílias a usarem preservativo e evitar o crescimento populacional.

Atualmente, o homem está com 83 anos e conta com o apoio de um fundo beneficente para manter a instituição.

Os pais não pagam mensalidades pela estadia dos filhos. Contudo, os próprios pais precisam realizar 400 horas de serviço comunitário na região. Além disso, devem plantar ao menos 400 mudas de árvores, por ano, para colaborar com a natureza local.

Assim, o ativista deseja formar bons cidadãos para a sociedade tailandesa. Segundo ele, isso é mais importante que apenas saber ler e escrever. Essa é a principal premissa do colégio fundado há 15 anos.

Alunos escolhem comitês na escola

Dentro da instituição, os estudantes formam dez subcomitês dos quais participam ativamente. Os subcomitês servem para organizar as atividades internas, como o cultivo de plantas e a admissão de novos funcionários.

Os próprios alunos possuem essa autonomia para o recrutamento de novos funcionários, inclusive os professores.

Naturalmente, eles fazem isso sob a supervisão de um adulto, mas é uma forma também de ganharem mais responsabilidade e amadurecimento.

No entanto, o ensino da escola não é aleatório. Em entrevista ao canal britânico BBC, o ativista explicou que o colégio segue o currículo nacional de ensino da Tailândia. Além disso, os alunos participam de exames nacionais ao se formarem.

Por fim, os estudantes da escola ainda têm de fazer trabalho comunitário de, ao menos duas horas por semana, como parte da grade educacional e da formação.