Estudo aponta que o cérebro “ouve” mesmo durante o sono
Descoberta pode ajudar na compreensão de como o cérebro funciona quando estamos dormindo.
O sono, apesar de essencial à nossa existência, ainda não é totalmente compreendido pela ciência. Nesse sentido, pesquisadores realizaram um estudo para investigar como o cérebro reage aos sons enquanto dormimos, e fizeram descobertas promissoras. O trabalho foi publicado na revista Nature Neuroscience no dia 25 de julho.
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Somos capazes de ouvir sons durante o sono?
O artigo científico indicou que o cérebro humano continua responsivo aos sons mesmo durante o sono, entretanto, não recebe feedback (resposta) de determinadas áreas, ou seja, é como se fosse uma orquestra sem o maestro.
Os pesquisadores compararam as respostas auditivas durante o período de vigília e do sono em 13 pacientes com epilepsia resistente a medicamentos. Para isso, foi realizada uma série de testes complexos durante 14 sessões, sendo oito sessões noturnas de mais ou menos 46 minutos cada e seis de cochilos diurnos com duração de aproximadamente 7,7 minutos.
Estímulos sonoros utilizados durante o experimento
Foram utilizados estímulos auditivos através de um alto-falante de cabeceira. Os pesquisadores utilizaram os seguintes sons: cliques, tons, palavras, frases e músicas. O nível de intensidade foi ajustado antes de cada sessão e os estados de sono e vigília foram definidos com base em diretrizes estabelecidas previamente.
Principais resultados
Os cérebros dos participantes responderam aos estímulos sonoros da mesma maneira, tanto no período de sono quanto em vigília. Nas duas situações, houve atividade elétrica rápida e foram registradas ondas gama de alta frequência (80-200 Hz) em algumas regiões do lobo temporal.
As respostas observadas estão relacionadas com o processamento de informações auditivas, por isso os autores concluíram que existe a possibilidade de o cérebro responder aos sons mesmo enquanto dormimos, embora o mecanismo para isso ainda não esteja totalmente claro. Achados semelhantes já haviam sido vistos em pesquisas realizadas com animais.
Os autores destacam que o estudo tem algumas limitações, como o fato de os indivíduos pesquisados serem acometidos pela epilepsia e também alguns detalhes técnicos de experimento. De qualquer modo, os resultados são promissores e podem servir como norte para novas pesquisas do mesmo tipo.
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