Especialista em honestidade de Harvard enfrenta acusações de falsificação de dados

De acordo com as investigações do caso, a docente estava facilitando a fraude a falsificação de artigos de Harvard.

Recentemente, surgiram acusações perturbadoras contra Francesca Gino, uma renomada professora da Harvard Business School (HBS), envolvendo a falsificação de resultados em vários estudos de ciências comportamentais.

No dia 16 de junho, o Chronicle of Higher Education divulgou informações reveladoras e comprometedoras sobre o caso.  

Max Bazerman, professor e coautor de um artigo publicado em 2012 em colaboração com Gino, revelou que a Universidade de Harvard o informou sobre suas suspeitas de que um dos estudos supervisionados por ela possuía resultados falsificados.

Essas acusações levantam sérias questões sobre a integridade acadêmica e a conduta ética da especialista, bem como abalam a confiança na pesquisa em ciências comportamentais.

Pesquisa de Harvard pode ter sido falsificada

Em relação a um artigo publicado e subsequentemente retirado pelo Proceedings of the National Academy of Sciences, surgiram preocupações em torno das descobertas e do experimento conduzido pela especialista.

O estudo em questão abordava a honestidade no preenchimento de formulários relacionados a impostos e seguros. Ele explorava a importância da honestidade ao lidar com formulários escritos exigidos por empresas e governos, nos quais a assinatura é frequentemente utilizada como prova de intenção honesta.

No entanto, surgiram questionamentos sobre a veracidade dos resultados obtidos e a conduta ética envolvida. A pesquisa buscava compreender por que algumas pessoas tendem a trapacear em benefício próprio, mesmo que isso acarrete prejuízos significativos para a sociedade.

Foi conduzido um estudo que propôs uma estratégia simples para desencorajar a desonestidade no preenchimento de formulários: solicitar que os participantes assinassem no início, invertendo a ordem convencional.

De acordo com o resumo do artigo, a pesquisa descobriu que os participantes que assinaram declarações de veracidade no topo da página demonstraram maior nível de honestidade em comparação com aqueles que assinaram no final da página.

Para Chronicle of Higher Education, Max Bazerman compartilhou que a Universidade de Harvard apresentou um extenso documento de 14 páginas contendo evidências de que os dados da pesquisa foram falsificados.

Entre essas evidências, destacou-se a descoberta de acesso não autorizado a um banco de dados, em que as informações foram alteradas. Bazerman, prontamente, alegou que não adulterou os dados, afirmando que não tinha participado desse processo.

Um blog intitulado DataColada, administrado por três acadêmicos especializados em ciências comportamentais, publicou uma série de quatro postagens que apresentavam extensas evidências alegando fraude em artigos acadêmicos coescritos por Francesca Gino.

Os autores do blog, Uri Simonsohn da ESADE Business School, Leif Nelson da Universidade da Califórnia e Joseph Simmons da Universidade da Pensilvânia, detalharam as descobertas em suas postagens, revelando supostas evidências de fraude em artigos publicados ao longo de mais de uma década, incluindo artigos recentes de 2020.

Em 2021, essa mesma equipe de especialistas expressou suas preocupações à Harvard Business School. Através de um relatório detalhado, eles apresentaram suas descobertas relacionadas a quatro estudos específicos nos quais acumularam evidências substanciais de fraude de dados.

Além disso, os acadêmicos acreditam que um número significativo de outros artigos coescritos por Gino podem conter dados falsos, possivelmente chegando a dezenas.

Essas revelações adicionais ampliam a escala das acusações contra Gino e levantam sérias questões sobre a validade de sua pesquisa em um contexto mais amplo.

Até o momento, nenhuma punição ou medida administrativa contra Francesca Gino e Max Bazerman foi anunciada pela reitoria da Universidade de Harvard.

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