Esta imagem está ERRADA, de acordo com a teoria de Charles Darwin
Famosa imagem da 'Marcha da Evolução' apresenta uma visão errônea sobre a evolução humana.
A ‘Marcha do Progresso’ é uma das imagens mais conhecidas que retrata a evolução humana. No entanto, apesar de sua popularidade, ela está cheia de imprecisões que distorcem a realidade do processo evolutivo.
Tal ilustração, amplamente difundida, apresenta uma visão simplificada e incorreta da evolução humana, o que tem levado a uma compreensão equivocada da teoria de Charles Darwin.
A origem e o erro de interpretação
A imagem que conhecemos hoje como ‘Marcha do Progresso’ foi criada por Rudolph Zallinger em 1965, como parte do livro ‘Early Man’, publicado pela série ‘Life Nature Library’.
O objetivo do antropólogo Francis Clark Howell, cujas ideias a imagem pretendia ilustrar, não era mostrar uma linha de evolução simples e direta de primatas até o Homo sapiens, mas sim representar a diversidade e complexidade das espécies humanas.
Na versão original, a ilustração incluía 15 figuras, cada uma representando diferentes ramos da evolução humana, algumas das quais não são ancestrais diretos do ser humano moderno.
Com o tempo, porém, essa representação se tornou um símbolo simplificado e amplamente mal-interpretado.
Em vez de transmitir a ideia de uma árvore evolutiva com várias ramificações, a imagem passou a ser vista como uma progressão linear, sugerindo que os humanos modernos são o ápice de uma evolução contínua que começou com os primatas.
Por que a ‘Marcha do Progresso’ está errada?
Um dos maiores problemas da ‘Marcha do Progresso’ é a noção equivocada de linearidade que ela promove.
A evolução não é um processo linear e não ocorre em saltos abruptos entre espécies, como a imagem sugere.
Charles Darwin, ao formular sua teoria da evolução, explicou que as espécies evoluem através de pequenas mudanças durante longos períodos de tempo.
Essas mudanças, conhecidas como mutações genéticas, acumulam-se e, se benéficas, são passadas adiante, permitindo a sobrevivência da espécie.
Além disso, a imagem perpetua a falsa ideia de que os humanos são o ponto final da evolução, o que não é verdade.
Conforme explica o professor Gowan Dawson, especialista em Literatura Vitoriana e Cultura da Universidade de Leicester:
“A evolução é um processo de adaptação contínua, sem um ponto final predefinido.”
Ele destaca que a visão moderna da evolução é muito mais complexa e não pode ser capturada em uma imagem linear como a ‘Marcha do Progresso’.
A falácia da hierarquia evolutiva
Outro grande erro presente na ‘Marcha do Progresso’ é a ideia implícita de que a evolução segue uma hierarquia, com os humanos no topo. Tal conceito é contrário ao entendimento atual da biologia evolutiva.
A natureza não organiza as espécies de forma hierárquica; todas as espécies vivas hoje são igualmente bem-sucedidas em seus ambientes específicos.
Não há espécies mais evoluídas ou menos evoluídas, apenas as que se adaptaram de maneiras diferentes para sobreviver.
Os especialistas enfatizam que a eficiência na sobrevivência não depende de complexidade.
Muitas vezes, simplicidade significa eficiência, e isso aumenta as chances de sobrevivência, segundo afirma Howell em suas explicações originais sobre a imagem.
Portanto, todas as formas de vida que prosperam hoje, incluindo os humanos, são o resultado de processos evolutivos igualmente válidos e importantes.
A visão correta da evolução humana
Para entender de modo exato a evolução, é importante adotar a visão da árvore filogenética, que representa as relações evolutivas entre diferentes espécies de forma ramificada, e não linear.
Cada bifurcação na árvore representa um ancestral comum, e cada ramo mostra a divergência de novas espécies ao longo do tempo.
Esse modelo captura melhor a complexidade e a diversidade da vida na Terra, em contraste com a simplificação excessiva da ‘Marcha do Progresso’.
*Com informações de Galileu, Olhar Digital e Gizmodo.
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