Estudante usa IA para decifrar papiro antigo carbonizado na erupção de Pompeia; saiba mais
Até o momento, apenas algumas palavras foram decodificadas, mas já é um grande avanço, visto que o material está muito danificado.
Um estudante de ciência da computação de 21 anos usou ferramentas de Inteligência Artificial para decifrar um papiro antigo carbonizado. Os documentos foram queimados durante a erupção do Monte Vesúvio, em 79 d.C. e, agora, começaram a ser traduzidos.
Localizados em 1700, os documentos foram preservados ao máximo, mas como são papiros delicados, eles não podem ser manuseados com facilidade.
Além de queimados, os rolos de papiros também estão dobrados, o que dificulta a análise dos pesquisadores. Por isso, eles decidiram criar um desafio científico que usa um programa de Inteligência Artificial.
Para decifrar os documentos antigos, a Universidade de Kentucky lançou em março o “desafio Vesúvio”, para que estudantes e pesquisadores pudessem explorar novas tecnologias que auxiliassem os estudos dos documentos históricos.
Na última quinta-feira (12), Brent Seales, professor da universidade, anunciou a primeira grande descoberta feita por Luke Farritor, de Nebraska, nos Estados Unidos, e por Youssef Nader, que mora em Berlim, na Alemanha.
Os dois estudantes de ciência da computação conseguiram otimizar o mecanismo do programa criado por Seales para decifrar os pergaminhos.
Através de melhorias na técnica de machine learning, eles encontraram uma palavra de origem grega que, aparentemente, tem um significado de fortuna ou escárnio.
Para os professores que acompanham o projeto, essa leitura inicial dos papiros de Herculano representa um novo território para os estudos históricos.
(Imagem: University of Kentucky/Reprodução)
Palavra do grego antigo foi encontrada
Luke Farritor, de apenas 21 anos, foi o estudante de ciência da computação que conseguiu decifrar a primeira palavra do antigo pergaminho. Ele encontrou a palavra grega “πορφύραc”, que significa “roxo”.
“Essa palavra é nosso primeiro mergulho no livro antigo que nunca foi aberto antes e sugere realeza, fortuna e até escárnio”, explicou Brent Seales. “O que o contexto vai nos mostrar? Plínio, o velho, explora o ‘roxo’ em sua ‘história natural’, como um processo de produção para o púrpura tíria dos crustáceos.”
(Imagem: University of Kentucky/Reprodução)
Além disso, as referências ao roxo também estão presentes no Evangelho:
“O Evangelho segundo Marcos aborda como Jesus foi ridicularizado por estar vestido com túnicas roxas antes de ser crucificado. Ainda não sabemos o que esse rolo em particular diz, mas acredito que será revelado em breve. Uma velha nova história começa para nós, com ‘roxo’ sendo um lugar incrível para se estar”, concluiu Seales.
Além de contribuir com a importante pesquisa, Luke Farritor ainda recebeu o prêmio de US$ 40 mil por ter descoberto a primeira palavra, já seu colega Youssef Nader recebeu US$ 10 mil pela contribuição.
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