Levantamento mostra que escolas brasileiras sofreram 23 ataques de 2002 a 2023

O levantamento, feito pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), contabilizou também o último atentado que ganhou repercussão nacional.

Na última segunda (27), um adolescente de 13 anos matou uma professora de 71 anos e feriu outras quatro pessoas em um ataque registrado na Escola Estadual Thomázia Montoro, localizada na Vila Sônia, bairro da zona oeste de São Paulo.

Depois desse último ataque, o governador Tarcísio de Freitas divulgou um plano para aumentar a presença de policiais militares dentro das escolas do estado de São Paulo. 

No entanto, de acordo com Ariel de Castro Alves, secretário Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente, tais medidas podem não ser a solução ideal para o problema.

“Nós precisamos ver com certa cautela esse tipo de medida, assim como ter detectores de metais em todas as escolas”, disse o secretário, se referindo ao potencial de eficácia da solução apresentada pelo governador.

Ainda segundo ele, a investigação segue sendo a melhor medida para a repressão desse tipo de incidente. “O que precisamos é de medidas para investigar essas situações logo que elas acontecem”, afirmou o Ariel de Castro Alves.

O estudo da Unicamp aponta um padrão comum nos ataques

O atentado ocorrido na escola da Vila Sônia segue o mesmo modelo das ocorrências anteriores relatadas pelo estudo da Unicamp. Em todos casos percebe-se a presença de alguns detalhes em comum.

Cleo Garcia, que é mestre em educação pela Unicamp, comentou alguns dos traços comuns que ela pôde perceber ao examinar os atentados às escolas.

“Discurso de ódio, misoginia principalmente”, começou. “Outra coisa é essa questão de frequentarem esses chats que a gente considera que fazem especificamente discursos de ódio voltados para esse público [mulheres e meninas], e fazem uma cooptação e engajamento desses adolescentes”, pontuou ela.

O secretário Ariel de Castro Alves citou ainda que, dentre as medidas de prevenção à tragédias como a acontecida na Escola Estadual Thomazia Montoro, está a pregação de uma cultura de paz e respeito aos direitos comuns.

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