Estudo mostra que miséria atingiu seu ápice no Brasil em 10 anos monitorados

Segundo estudo, o índice da miséria subiu aproximadamente 60% em relação a 2020. Saiba como os cálculos foram realizados.

O empobrecimento tem causado um mal estar bastante preocupante no Brasil, atingindo seu nível mais alto em dez anos. Em uma análise feita sobre a miséria no país, o professor do Instituto de Economia da UFRJ, João Saboia, chegou à conclusão de que essa condição nunca se fez tão presente na realidade brasileira. Juntamente a outros pesquisadores da instituição, ele criou um índice para medir a intensidade da miséria e do retrocesso na qualidade de vida das pessoas.

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Por conta do agravamento da crise vinda da pandemia do COVID-19, os números mostraram em 2021 a pior situação em toda a série do estudo, que foi iniciada em 2012.

O índice de miséria começa no zero chegando a um máximo de 1, ou seja, quanto mais alto, pior é a situação. Nos cálculos feitos pelos pesquisadores, esse índice hoje está em 0,947, subindo aproximadamente 60% em relação a 2020, quando era de 0,591. O índice está indo além do impacto causado pela inflação e do desemprego sobre as famílias de baixa renda.

Os dados incluem o subemprego, renda domiciliar per capita dos 20% mais pobres do país, a desigualdade entre esses grupos e os 20% mais ricos e também a inadimplência, que limita o acesso ao crédito para consumo. O estudo traz também um termômetro mais preciso com relação aos efeitos das dificuldades na vida do povo brasileiro em situação de pobreza na véspera das eleições.

A inadimplência só não está sendo pior que no ano de 2020, que foi o auge da pandemia e do isolamento social. Segundo a pesquisa, 27,2% dos devedores tem seus pagamentos atrasados atualmente.

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