O que foi a Fase do Terror na Revolução Francesa?

O período é tido como o mais radical da Revolução Francesa, liderada pelos chamados jacobinos, pequenos comerciantes e profissionais liberais.

A Revolução Francesa foi um movimento iniciado pela classe burguesa no intuito de derrubar o Antigo Regime, período marcado por injustiças sociais. Apesar de ter começado em uma camada mais alta da sociedade (porém, não reconhecida pela nobreza), teve forte apoio das massas camponesas, pequenos comerciantes e profissionais liberais.

Uma de suas fases mais radicais e violentas é, hoje, conhecida como a Fase do Terror. Marcada por execuções de inimigos da Revolução, constou da perseguição de monarquistas, além dos girondinos pelos jacobinos, as duas principais correntes do movimento revolucionário.

O que foi a Fase do Terror na França?

O período, conhecimento como Revolução Popular ou Fase Radical, foi o mais violento e radical da Revolução Francesa. Liderada pela corrente jacobinas, formada pela pequena burguesia, comerciantes e profissionais liberais, teve o apoio das camadas mais pobres da população.

Marcada pelo alto número de execuções, teve Maximilien Robespierre, Jean-Paul Marat e Georges Danton como grandes líderes. A Fase do Terror perdurou de 1792 a 1794, com a execução de Robespierre.

Execuções durante a "Fase do terror"
Execuções durante a “Fase do terror”

Contexto histórico e principais características

A França era o símbolo maior da ostentação do Antigo Regime, especialmente, na figura do Rei Luís XVI. Cansada dos privilégios da nobreza, das injustiças sociais e pouco reconhecimento de sua classe, a burguesia inicia um dos maiores movimentos de transformação política e social da História, a Revolução Burguesa.

Entre os revolucionários, existiam duas correntes opositoras – girondinos e jacobinos. Os primeiros se sentavam à direita da Assembleia e eram compostos pela alta burguesia e nobres liberais. Os jacobinos, sentados à esquerda, representavam a pequena burguesia e defendiam o ideal de uma sociedade igualitária.

Os jacobinos assumiram a frente da Revolução em setembro de 1792, quando houve o massacre de monarquistas presos comandado pelo movimento. O cenário foi resultante da pretensão de monarquias europeias, como Prússia e Áustria de invadir a França a fim de restaurar o regime.

O país resistiu com o apoio de um exército constituído pela população pobre no intuito de combater o inimigo que pretendia acabar com a revolução e restaurar o Antigo Regime. Em 1792, os jacobinos lideraram uma revolta popular que culminou com a saída de Luís XVI do poder, além da demissão de todos os ministros.

Em setembro daquele ano, a Convenção Nacional foi estabelecida com o objetivo de modificar as leis do país. Aí, começaram os conflitos de interesses entre as duas correntes revolucionárias – girondinos e jacobinos. Estes, inclusive, declararam o Rei Luís XVI culpado de traição, condenando a ele e a esposa, Maria Antonieta, à guilhotina.

Ainda na Convenção, os jacobinos liderados por Robespierre adotaram medidas populares, como abolição dos privilégios, fim da escravidão nas colônias, tabelamento dos preços de produtos considerados essenciais, divisão das grandes propriedades, além de educação obrigatória e gratuita, bem como ajuda aos indigentes.

Os jacobinos suspenderam a Constituição e criaram o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário. Obviamente, tais ações despertaram a ira dos girondinos que se organizaram para, então, perseguir, prender e assassinar jacobinos. A Assembleia nomeia o Comitê dos Doze para controlar a Comuna de Paris e evitar os excessos.

A reação do outro lado foi, ainda, mais violenta ao concluir que a defesa da Revolução dependia da eliminação de todos os seus opositores. Em 1793, houve a execução de monarquistas, girondinos e burgueses ricos. A organização chamada de sans-culottes cercou a Assembleia e obrigou a Convenção a prender toda a bancada girondina.

A Convenção e o Tribunal eram, ambos, condutores da política do terror, ordenando a prisão e julgamento daqueles que eram considerados como traidores da Revolução. De início, 22 líderes girondinos foi presos e mortos. Milhares de pessoas foram executadas pela guarda nacional.

A execuções eram finalizadas a mando dos jacobinos e incluíam, inclusive, o químico Lavoisier. Em 49 dias, Robespierre, que havia concentrado poderes ditatoriais, manda 1.400 pessoas para a guilhotina em, apenas, 49 dias. O problema é que a Comuna passou a perseguir membros da própria corrente jacobina.

O Terror passou a executar inimigos, como Herbert, e aliados, como o próprio Danton, apoiador de Robespierre. Acusado de conspirar contra o Regime por defender posições mais moderadas, foi julgado sem direito à defesa e condenado à morte. Antes de ser guilhotinado, porém, pediu ao carrasco que mostrasse sua cabeça ao povo.

O medo da morte pairou sobre os jacobinos que, então, se revoltaram contra o seu líder. No ano seguinte, o grupo liderado por Robespierre perdeu o apoio da própria corrente, justamente, em razão da violência adotada. A consequência foi sua dominação pelos girondinos, a partir do momento em que perderam o apoio militar.

No fim, Robespierre foi preso e guilhotinado em 28 de julho de 1794, por meio do Golpe do Termidor, que o retirou da presidência do Comitê de Salvação Pública (criado por ele). Chegava ao fim a Fase do Terror na Revolução Francesa. O saldo desse período foi sanguinário – 65.502 mortes pelo governo jacobino.

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