Faustão 'furou a fila' de transplante de coração? Entenda como funciona o processo!

O apresentador Fausto Silva, o “Faustão”, aos 73 anos, recebeu um novo coração no último domingo (27) após uma cirurgia que durou mais de 2 horas de cirurgia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Ele estava internado desde 5 de agosto, quando foi diagnosticado com insuficiência cardíaca e precisou iniciar a diálise.

Após diversos exames, o apresentador foi inserido na lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes, que atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede privada.

A rapidez com a qual Faustão foi submetido à cirurgia gerou discussões e questionamentos nas redes sociais. Mas será que realmente sabemos como funciona o SUS e as regras para conseguir um órgão?

Regras para entrar na fila do transplante

No Brasil, cerca de 386 pessoas aguardam um transplante de coração. A lista de espera é organizada de acordo com critérios como: tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, genética e gravidade do quadro clínico.

Existem, também, as Centrais de Transplantes, responsáveis pelo monitoramento da lista. Elas acompanham a demanda por transplantes de coração em cada estado brasileiro.

(Imagem: divulgação)

Somente no primeiro semestre de 2023, foram realizadas 206 operações desse tipo no país. Assuntos como esses tomam proporções maiores quando estão em alta na mídia.

O caso do Faustão viralizou, certamente, por ser um dos maiores apresentadores do Brasil, fazendo com que as pessoas se espantassem com a rapidez da fila de espera.

Faustão tinha prioridade?

O primeiro paciente na lista de espera para transplante de coração recusou o órgão, e Faustão, que era o segundo da fila, foi o escolhido.

O primeiro passo para um paciente receber um transplante assim é ser cadastrado na lista única de transplantes. Essa relação é organizada pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Nacional de Transplantes.

Faustão tem o tipo sanguíneo B, compatível com a maioria dos doadores, isso amplia as chances de conseguir a doação com rapidez. Geralmente, o tempo para pacientes do grupo sanguíneo B obter o órgão é de 1 a 3 meses.

Para definir a ordem de prioridades na fila de transplante, é considerada a gravidade do quadro clínico do paciente. No caso do apresentador, a cirurgia era de extrema necessidade.

Quem precisa de internação constante, com uso de medicamentos intravenosos e de máquinas de suporte para a circulação do sangue, tem prioridade em relação à pessoa que aguarda o órgão em casa.

A espera não leva em conta se o paciente será operado em um hospital público ou privado, pois o SUS é direcionado para ambos tipos de instituições.