Feitiços antigos e magia egípcia revelados em textos milenares

Descubra os segredos revelados pela primeira vez dos textos "mágicos" egípcios.

Em uma jornada fascinante rumo ao passado, pesquisadores da Universidade de Würzburgo, na Alemanha, desvendaram os véus que cobriam os misteriosos textos ‘mágicos’ do Egito Antigo, datados entre os séculos 4 e 12 d.C. Essa descoberta, que se assemelha a abrir uma caixa de Pandora, nos oferece uma visão inédita das práticas, crenças e emoções de uma civilização que continua a fascinar a humanidade.

Os textos, meticulosamente redigidos em papiro, pergaminho, papel e até fragmentos de argila, eram acreditados possuir poderes sobrenaturais. Desde curar doenças, amaldiçoar inimigos, até prever o futuro, esses escritos atuavam como amuletos de proteção ou eram astuciosamente escondidos para afetar adversários, revelando a complexidade e profundidade da cultura egípcia em relação ao místico e ao sagrado.

Após cinco anos de intenso estudo, os resultados foram compilados na obra Papyri Copticae Magicae, lançada em novembro de 2023. Este volume, que promete ser apenas o primeiro de uma série, reúne cerca de 600 textos, superando significativamente as coleções anteriormente disponíveis que contavam com apenas cerca de 100 desses manuscritos. O trabalho meticuloso de Raymond Korshi Dosoo e sua equipe abre novas portas para a compreensão do cotidiano e das crenças dos antigos egípcios.

Os encantos, predominantemente utilizados por homens, variavam de feitiços de amor a proteções contra a morte e demônios, demonstrando a importância da magia não só como uma ferramenta para influenciar o mundo espiritual, mas também como um meio crucial na medicina da época. Papiros com instruções para prevenir febres, tratar insônia e auxiliar na gravidez são apenas alguns exemplos de como a magia e a medicina estavam intrinsecamente ligadas.

A transição do Egito para o cristianismo também é um tema palpável nesses textos mágicos. Deidades do período faraônico foram transformadas em anjos e santos, refletindo uma adaptação das práticas mágicas à nova ordem religiosa, enquanto entidades malignas continuavam a ser vistas como ameaças reais à vida cotidiana.

Essa descoberta não apenas lança luz sobre a complexidade da magia egípcia antiga mas também oferece uma perspectiva única sobre a vida privada das pessoas da época, transmitindo suas verdadeiras emoções e desejos.

Com o financiamento da Fundação Alemã de Pesquisa (DFG), a equipe já está trabalhando no segundo volume, prometendo aprofundar ainda mais o entendimento sobre o amor, ódio, maldições, desejos e outras emoções que permeavam a vida no Egito Antigo.

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