Gato preto dá azar? Saiba como surgiu esta lenda milenar

Em filmes, séries, músicas e livros, bichanos pretos são sempre retratados como crias de bruxas ou mensageiros do azar. Esta é uma mentira que está na sociedade há muitos anos.

É muito normal que, em uma sexta-feira 13, no Halloween ou mesmo em filmes e livros de terror, um gato preto esteja relacionado ao azar. Esta é uma mentira contada na nossa sociedade há muitos e muitos anos. Mas você já se perguntou como ela surgiu?

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Antes de qualquer coisa, devemos reforçar que nenhum gato preto traz azar ou mau agouro. Se você cruzar com um na rua, ele poderá te dar muito amor e carinho ou mesmo seguir sua vida tranquilamente. Entretanto, nunca te trará má sorte.

Esse senso comum leva a uma verdadeira caçada aos bichanos pretos. Inclusive, algumas pessoas maltratam, abandonam ou mesmo matam estes animais por causa dessa lenda.

“Na minha época, era diferente…”

No Antigo Egito, os gatos eram venerados e tratados como animais sagrados, por seu trabalho caçando ratos, insetos e cobras. Entretanto, os bichanos pretos eram especiais, pois remetiam à deusa Bastet.

Ela era a deusa defensora dos lares. Além disso, quem a cultuava também buscava proteção e fertilidade. Por isso, era comum que as pessoas associassem os gatos pretos à divindade.

Como o gato preto saiu de divino a porta-voz do azar?

Os maiores indícios dão que tudo começou na Europa, com a Igreja Católica. Em 1230, o pontífice Gregório IX assinou um documento papal declarando que o gato preto era um animal “demoníaco”.

Isso porque, segundo uma fofoca da época, um inquisidor alemão teria presenciado um suposto ritual em que as pessoas beijavam o bumbum de um gato preto. Depois disso, obedeciam aos comandos do animal.

Conversa de doido, não é mesmo? Mas a Igreja Católica da época concordou com o que foi relatado e, com medo do que pudesse acontecer, pediu para eliminar todos os gatos pretos da cidadezinha alemã onde o inquisidor morava.

Povo fofoqueiro

Mas fofoca você já viu, né? O ti-ti-ti se espalhou por todo o continente. E, anos depois, essa conversa foi parar longe, inclusive aqui no Brasil.

Com o avanço da população e a transmissão de histórias de boca a boca, a imagem pública dos bichanos foi manchada para sempre.

Esse quiprocó, somado com aquela velha história de que gatos e bruxas estão interligados, levou a uma quase extinção de gatos em partes da Europa por volta do século XIII. Por isso, mesmo hoje, com tanta informação disponível, ainda tem gente que acredita nessas lendas.

E teve consequências da morte de tanto gato preto?

Claro que sim. Como os gatos eram essenciais para o controle biológico de ratos e insetos, esses animais começaram a se proliferar livremente.

Com o aumento da população de roedores – somado à péssima higiene da população da época –, veio a peste bubônica. Alguns pesquisadores, entretanto, refutam essa teoria.

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