Ilusão do buraco negro: por que ele cresce assim que olhamos com atenção?
Estudo revela como a percepção de contrastes visuais leva à ilusão de um buraco em expansão, usando modelos computacionais da retina.
Pesquisadores conduziram um estudo inovador para entender melhor um dos fenômenos visuais mais intrigantes: a ilusão do buraco em expansão. Essa ilusão não é apenas uma curiosidade visual, ela oferece insights sobre como processamos informações visuais.
Ao observar uma imagem de um ponto escuro, ele parece crescer como se estivesse se aproximando de nós. Isso induz sensações intensas de movimento, desafiando a percepção tradicional. A ilusão destaca como imagens estáticas podem evocar movimento, tornando-se um foco de estudo em psicologia e neurociência.
Um estudo recente, publicado na plataforma arXiv, sugere que essa ilusão começa nos olhos e afeta o cérebro. Utilizando um modelo computacional da retina, a pesquisa oferece uma nova perspectiva sobre o processamento visual humano.
O papel das células ganglionares da retina
Foto: Akiyoshi Kitaoka/Universidade Ritsumeikan
As células ganglionares da retina (RGCs) desempenham um papel crucial na percepção da ilusão. Elas funcionam como filtros que interpretam imagens, enviando diferentes “versões” ao cérebro.
Quando algumas células percebem o centro escuro como pequeno e outras como grande, o cérebro interpreta isso como movimento. Genial, não é mesmo?
- Modelo Diferença de Gaussianos (DoG)
Para entender essa confusão, o filtro computacional Diferença de Gaussianos (DoG) foi utilizado. Ele simula as funções das RGCs, criando versões borradas da imagem, semelhante ao que ocorre no olho humano.
Isso confirma como a mistura de sinais leva à ilusão do movimento.
Importância do estudo
A pergunta que surge é: por que estudar essas ilusões? Ainda que pareçam triviais, revelar detalhes sobre essas ilusões visuais pode levar a avanços na compreensão dos mecanismos cerebrais e da percepção humana.
Conforme aponta Jolyon Troscianko, ecologista visual da Universidade de Exeter, esse estudo contribui para decifrar padrões naturais, como as listras de zebra e as asas de borboleta.
Vale frisar que o modelo de Nasim Nematzadeh, baseado em mecanismos neurais, oferece uma explicação mais precisa e simples de testar, aprimorando nosso entendimento sobre a visão.
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