‘Jamais vu’: o seu cérebro pode se enganar de múltiplas formas!

Ao contrário do déjà vu, o 'jamais vu' também é uma das peças que a nossa mente é capaz de pregar. Você já ouviu falar sobre esse fenômeno? Conheça-o!

A pesquisa vencedora do Prêmio IgNobel de Literatura de 2023 apresenta um fenômeno verdadeiramente intrigante: o “jamais vu“, fenômeno oposto ao déjà vu.

Publicada na revista Taylor & Francis Online, essa pesquisa levanta questões fascinantes sobre nossa memória e como o cérebro pode nos surpreender, muitas vezes com um propósito importante.

Várias pessoas já podem ter experimentado a sensação desconcertante de sentir que estão revivendo um momento familiar, o chamado de déjà vu.

Em contrapartida, esse fenômeno cerebral peculiar — e comum — tem um contraponto igualmente interessante, o “jamais vu”. Pode parecer novidade por conta do termo, mas não temos dúvidas de que você já experimentou isso.

Como funciona o “jamais vu”?

Ao contrário da sensação de reviver um momento familiar, ao passarmos muito tempo observando ou repetindo algo conhecido, gradualmente começamos a sentir que esse momento perde o sentido.

Os pesquisadores acreditam que tais fenômenos estão relacionados ao nosso processamento de memória e à forma como nosso cérebro lida com informações familiares.

Embora a sensação de “jamais vu” não seja tão comum quanto o déjà vu, os pesquisadores conseguiram encontrar uma maneira de estimular o fenômeno em um ambiente de laboratório.

A equipe da pesquisa, liderada por Akira O’Connor da Universidade de Saint Andrews, na Escócia, e Christopher Moulin, da Universidade Grenoble-Alpes, na França, dedicou 15 anos a estudos experimentais antes de publicar suas descobertas.

(Imagem: divulgação)

A capacidade do nosso cérebro de realizar associações é de extrema importância, pois é por meio dessas relações que formamos novas memórias e compreendemos o mundo ao nosso redor.

No entanto, a pesquisa sobre o “jamais vu” nos leva a refletir acerca do que aconteceria se não conseguíssemos processar informações repetitivas ou situações usuais de maneira eficiente.

Os cientistas estão explorando a possível ligação entre o fenômeno do “jamais vu” e condições como o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

A teoria é que a repetição excessiva de verificações, como se a porta foi trancada ou não, pode levar o cérebro a não armazenar informações corriqueiras adequadamente.

Isso, por sua vez, poderia desencadear um ciclo sem fim de observações, em que quanto mais vezes se consulta algo, menor se torna o processamento da informação.

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