Jornadas de Junho de 2013
As Jornadas de Junho de 2013 foram protestos que ocorreram em diversas regiões do Brasil.
As Jornadas de Junho de 2013 foram manifestações populares que ocorreram em todo território brasileiro. Inicialmente, a pauta dos protestos consistia em contestar o aumento das taxas dos transportes públicos.
Também chamadas de Manifestações de Junho, Manifestações dos 20 centavos ou Jornadas de Junho, elas estiveram entre as maiores mobilizações do país.
Jornadas de Junho de 2013 – Resumo
Dilma Rousseff venceu as eleições de 2010, prometendo dar continuidade aos projetos do seu governo antecessor.
Entre os principais programas sociais criados pelo governo Lula, Dilma garantiu a permanência do Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Quando ela assumiu o posto de presidente do Brasil, o cenário econômico externo era desfavorável. Os Estados Unidos e a União Europeia viviam um período crítico de desemprego, principalmente entre os jovens.
Internamente, problemas de infraestrutura inviabilizavam um pleno crescimento da economia nacional.
Visando enfrentar a crise externa e incentivar a economia interna, o governo Dilma criou uma série de medidas a serem aplicadas na primeira metade do mandato. Entre elas, estavam:
- Aumento dos investimentos em infraestrutura;
- Ampliação e diversificação dos parceiros comerciais;
- Aumento das exportações ao Mercosul e China;
- Estímulo às quedas da taxa dos juros Selic.
Mesmo adotando tais medidas, o terceiro ano do governo Dilma iniciou-se com um declínio da economia devido à crise externa e a dificuldade em conseguir aprovar projetos no Parlamento.
Em 2013, o Brasil sediou a Copa das Confederações, evento que custou altas quantias aos cofres públicos. Assim, a insatisfação popular cresceu, desencadeando em protestos ainda no primeiro mandato de Dilma Rousseff.
Inicialmente, as manifestações tinham como principal pauta o aumento da passagem dos transportes coletivos, principalmente nas capitais do país.
Rapidamente, os protestos se espalharam pelo território nacional e se transformaram em manifestações com reivindicações mais amplas, tais como:
- O fim da corrupção;
- A diminuição dos gastos com a Copa do Mundo de 2014 e com as Olimpíadas de 2016;
- Investimento na educação pública;
- Investimento na saúde.
Segundo alguns pesquisadores, as Jornadas de Junho de 2013 apresentaram algumas características importantes, como:
- Adoção de redes sociais para a mobilização e organização das manifestações;
- Presença maciça de jovens nos protestos;
- Reuniu pessoas pertencentes a diferentes classes sociais.
Além disso, elas reuniram milhares de pessoas em todo o país.
Para enfraquecer ainda mais a imagem do governo Dilma, foram feitas denúncias de corrupção na Petrobrás, envolvendo diversos políticos de partidos variados e as maiores empreiteiras do Brasil.
Tais denúncias levaram à criação da Operação Lava Jato, em 2014, prendendo políticos e executivos.
Crise política
O governo federal não era o alvo primário das manifestações. As Jornadas de Junho de 2013 representaram a insatisfação popular, não só com o então governo, mas com a tradição corrupta que assola o país desde os seus primórdios.
No entanto, ao se espalhar pelo território nacional, a identidade do movimento acabou se perdendo com o apoio de políticos historicamente envolvidos em casos de corrupção.
Esses políticos estariam concentrados em tirar do poder a presidente democraticamente eleita para impedir, entre outras questões, os avanços da Operação Lava Jato.
Com isso, as Jornadas de Junho foram o ponta pé inicial para a efetivação do impeachment de Dilma Rousseff.
Mesmo com a imagem desgastada, Dilma foi reeleita nas eleições presidenciais de 2014.
Seu segundo mandato foi marcado por uma base aliada fraca no Congresso, Câmara dos Deputados presidida por um adversário político declarado, Eduardo Cunha (PMDB), e por uma intensa crise econômica.
Além disso, Dilma foi acusada de crime de responsabilidade fiscal. Tal acusação intensificou o descontentamento de parte da população que, em 2015, organizou várias manifestações contra a presidente.
No mesmo ano, o processo de impeachment foi aberto e, em 2016, Dilma Rousseff é afastada da presidência do Brasil, cargo que foi ocupado pelo seu vice, Michel Temer, até 2018.
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