Laterização
A laterização é um fenômeno que afeta os solos, sendo de ocorrência natural ou antrópica. Sua incidência é mais comum em climas tropicais e equatoriais, com destaque para a região do Cerrado brasileiro.
O processo de laterização – também conhecido como ferralitização – é um fenômeno que afeta a composição dos solos, tornando-os mais ácidos em razão da maior concentração de óxidos de ferro e alumínio. Assim, forma-se um tipo específico de rocha chamada lateritos. Trata-se de um processo natural mas que, com a remoção da vegetação em determinados lugares, pode também ser considerado um problema ambiental.
Para entender como ocorre a laterização dos solos, é preciso primeiramente entender o que é a lixiviação. Por esse termo, entende-se o processo de “lavagem” ou remoção da camada superficial dos solos pelo escoamento da água das chuvas. Além disso, é preciso entender também o conceito de intemperismo: desgaste das rochas e, no caso, dos solos pelos agentes erosivos (água, ventos, variações climáticas, etc.).
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Com a lixiviação dos solos, em muitos casos registra-se como consequência a ação de um intemperismo químico sobre eles em razão da reação da água com alguns sais minerais hidrossolúveis existentes, como o sódio, o potássio, e outros. Assim, a depender das condições ambientais, formam-se algumas coberturas compostas por óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, que estruturam a presença de uma crosta ferruginosa superficial, também conhecida como canga laterítica.
Essa concentração excessiva de ferro e alumínio na camada superficial dos solos, muitas vezes, torna-se problemática do ponto de vista ambiental, pois impede ou dificulta o cultivo e a penetração das raízes das árvores. Nas áreas do cerrado, onde os solos já são naturalmente mais ácidos, a vegetação encontra-se mais adaptada a essa condição. Todavia, para a realização do cultivo, é necessária a aplicação de técnicas de correção, o que se torna inviável em casos de laterização em estágio avançado.
As causas da laterização, sobretudo a de origem antrópica, está relacionada ao desmatamento e a ação das queimadas. Em ambos os casos, a lixiviação e a ocorrência de reações químicas no solo são intensificadas, favorecendo a formação de laterita e a concentração excessiva de ferro e alumínio sobre os horizontes pedológicos.
Já em áreas de solos lateríticos ou naturalmente laterizados, as rochas existentes possuem utilidade econômica. Embora não sejam o melhor tipo existente, essas rochas podem ser úteis na fabricação de tijolos e blocos utilizados na construção civil, principalmente para a produção de calçamentos ou até mesmo na pavimentação asfáltica. Mesmo assim, é importante ressaltar que a laterização precisa ser evitada, com a conservação das reservas naturais e a menor exposição dos solos à água das chuvas.
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