Malware que infecta celulares é vendido livremente no Telegram

As informações foram apuradas em primeira mão pela equipe do Detetive TudoCelular, que é especializada nesse tipo de investigação.

O Detetive TudoCelular, serviço especializado em investigar “coisas estranhas” que acontecem na internet, identificou que um grupo está comercializando um malware para celulares através do Telegram.

Chamado de Brata RAT (sigla a qual significa Trojan de Acesso Remoto), o vírus é vendido com a extensão .apk e pode ser instalado tanto em smartphones Android quanto iOS (iPhone).

Uma vez instalado no dispositivo, o malware começa a espionar tudo que é feito pelo usuário, enviando informações para os seus controladores.

Em contato com o Detetive TudoCelular, a empresa ISH Tecnologia, que é especializada em cibersegurança, informou que esse vírus foi criado especialmente para infectar aparelhos do Brasil, apesar de ter origem desconhecida.

O Brata RAT é utilizado por cibercriminosos que o usam para capturar informações de usuários desavisados. Geralmente, o vírus é incorporado a mensagens ou apps, para serem instalados de forma acidental pelas vítimas.

O que esse vírus consegue fazer?

De acordo com testes realizados pela ISH Tecnologia, o Brata RAT consegue acessar câmeras, microfones e até funções do software dos dispositivos infectados por ele.

Além disso, o invasor consegue acompanhar o que é feito no celular de forma simultânea. Ou seja, enquanto a vítima estiver mexendo no celular, o criminoso fica do outro lado observando tudo.

Outra coisa importante a se atentar sobre esse trojan é o fato de ele vir “disfarçado” de outro app. Com isso, o usuário pode conceder todas as permissões necessárias sem se dar conta de que está tendo o seu smartphone hackeado.

Com as concessões feitas, o controlador do Brata RAT passa a ter mais acesso ainda ao celular da vítima, o que é extremamente perigoso.

Investigações sobre a comercialização do vírus

Ao investigar a venda do Brata RAT no Telegram, o Detetive TudoCelular descobriu que o vírus já é vendido há quase quatro meses na plataforma.

Em uma pesquisa rápida, é possível chegar até o canal do desenvolvedor, onde o malware é vendido e propagandeado.

Os preços do “produto” variam entre US$ 1 mil e US$ 2 mil, a depender da preferência do “cliente”. Se o cibercriminoso quiser acesso ao código fonte do vírus, terá que pagar mais caro, se aceitar a versão privada, o preço cai.

No canal de vendas, o desenvolvedor do Brata RAT dá detalhes sobre novas atualizações e otimizações do trojan.

Como exemplo, ainda segundo o Detetive TudoCelular, recentemente o “vendedor” informou que uma nova versão do software malicioso ficaria “mais indetectável”.

Outro conteúdo recorrente no canal são vídeos do malware funcionando, que sempre vêm associados a mensagens de propaganda do vírus.

O desenvolvedor do Brata RAT informa que só libera o link para download da sua aberração cibernética mediante a apresentação de comprovantes de pagamento por ele.

Proteja-se contra os cibercriminosos

Softwares maliciosos como o Brata RAT são utilizados por hackers que almejam roubar dados, cometendo crimes digitais dessa forma.

Para se proteger contra eles, jamais baixe aplicativos de terceiros fora das lojas oficiais (Google Play e Apple Store).

Nas lojas existem mecanismos de proteção contra a veiculação de malwares, spywares, adwares e outros tipos de vírus associados a aplicativos.

Adicionalmente, é importante manter o smartphone atualizado com os últimos pacotes de segurança, que são enviados periodicamente pelas fabricantes e pelos desenvolvedores do sistema operacional.

Nesse sentido, vale destacar que, quanto mais antigo for o telefone, mais desprotegido ele estará contra ataques hacker.

Para ajudar nesses casos, a melhor saída é instalar um antivírus que funcione bem e tenha uma boa cobertura.

Também vale sempre a pena checar senhas de apps de banco e outros aplicativos importantes. Elas precisam ser fortes e diversificadas.

Por fim, especialistas em cibersegurança também indicam o monitoramento de permissões dadas a aplicativos, mesmo que tenham sido baixados no lugar certo.

São justamente essas permissões que concedem o acesso de apps a controles de sistema, como o mecanismo de captura de tela, o microfone, as câmeras, etc.

Inclusive, é recomendado conceder apenas as permissões essenciais para o funcionamento de cada app. E claro, é importante desconfiar de aplicativos que pedem permissões demais.

O Telegram foi procurado pela equipe do Detetive TudoCelular para se pronunciar sobre a circulação do Brata RAT em seus domínios, mas, até o fechamento desta matéria, ainda não havia dado nenhuma resposta.

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