Mastodon: conheça a rede social que rivaliza com o Twitter
Com a compra do Twitter pelo bilionário Elon Musk, ao que tudo indica, uma briga por "público" está começando. Entenda!
O bilionário dono da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, acaba de comprar uma das maiores redes sociais do mundo, o Twitter, o que pode ter gerado uma corrida a uma rede social menos conhecida: a Mastodon. A plataforma foi criada em 2015 e permite que os usuários façam publicações de vídeos, fotos e textos de até 500 caracteres, e está aberta para visitas de outros usuários. Em vista disso, Eugen Rochko, fundador e CEO da Mastodon, vem divulgando os números de crescimento da sua plataforma desde 22 de abril, exatamente sete dias depois da venda do Twitter.
“O número de usuários ativos mensais do Mastodon aumentou em 84.597 desde a divulgação da história da compra do Twitter”, afirmou o CEO na sua própria rede, em 27 de abril. Depois de 48 horas da publicação, a sua rede social ganhou mais 176 mil usuários. A plataforma tem, ao todo, aproximadamente 3 milhões de usuários, sendo 500 mil deles ativos. Já o Twitter conta com mais de 217 milhões de usuários ativos.
O Google divulgou que entre os dias 24 e 25 de abril, a busca por “Mastodon’’ teve um pico. A venda do Twitter gerou uma excitação nas redes sociais. O dono e criador da Mastodon disse que um dos motivos que fez com que ele saísse das redes sociais tradicionais, em 2016, foi “o boato de que um controverso bilionário poderia comprar o Twitter”. Desse modo, Elon Musk, que diz em suas entrevistas ser um defensor da liberdade de expressão absoluta, tem em seus planos fechar o capital da rede social para implementar as mudanças que planeja, principalmente nas políticas de moderação de conteúdo.
Ainda que Twitter e Mastodon sejam semelhantes, existem duas diferenças que pesam na escolha de possíveis novos usuários: o Mastodon é federado e foi escrito em código aberto. Este significa que todos podem ver a forma como a plataforma foi criada e copiá-la. Já federado quer dizer que a plataforma compartilha uma parcela do código com outras redes sociais, o que facilita a interlocução entre elas.
Ao fazer seu cadastro no Mastodon, o usuário irá escolher um servidor, e seu nome de usuário ficará vinculado naquele grupo, conhecido como “instância”, que são comunidades de temas específicos, criadas por pessoas que possuem interesse naquele tema. Uma instância, uma regra especifica, isto é, o usuário tem mais competências dentro da rede. “Conheci o Mastodon lá pra abril de 2017, numa das crises do Twitter”, afirma Renato Cerqueira, um dos fundadores de uma instância. “Na época, eu estava saindo do Facebook por discordar do tratamento de dados.”
Na opinião de Renato, por ser federada, a relação do usuário com a plataforma é alterada. A maioria dos servidores são pequenos, o que traz mais facilidades ao trabalho dos criadores das instâncias. “A moderação é mais próxima e problemas tendem a ser resolvidos mais rapidamente”, afirma. “Pelo mesmo motivo, é mais fácil isolar servidores problemáticos. Servidores de extrema-direita, por exemplo, existem, mas são banidos pela maior parte dos servidores da federação e ficam isolados numa bolha própria.”
Por fim, o código aberto faz com que outros modos de customização também sejam abertos. Algumas fazem o bloqueio no envio das mensagens para outros usuários de instâncias diferentes, ou permitem que a edição de texto seja realizada em negrito ou itálico. Destarte, o Mastodon tem ficado mais lento devido ao aumento nos acessos. “Novamente estou trabalhando para arrumar isso. Por favor sejam pacientes”, afirmou Eugen.
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