Mistério por trás das ‘pedras elétricas’ da República Democrática do Congo

Um vídeo que apresenta dois homens com uma espécie de minério metálico na República Democrática do Congo ganhou muita popularidade na internet. O motivo pelo qual o registro viralizou é que, quando eles conectam duas extremidades de um fio à pedra, uma luz é acesa, como se a pedra estivesse carregada de energia elétrica.

Pedras mágicas ou elétricas?

As imagens fizeram alguns internautas comparar o estranho minério ao metal fictício da Marvel, o vibranium. Mesmo que ainda não haja uma confirmação específica do que realmente é aquela pedra no vídeo, as chances é de que seja um mineral chamado coltan. E antes de falarmos mais sobre o coltan, dá uma olhadinha no registro abaixo:

O coltan é derivado de dois outros minerais: a columbita e a tantalita. Daí a origem do nome.

A República Democrática do Congo segue sendo o país com maior reserva desses dois minérios, ainda que eles sejam utilizados como fonte de dois dos mais importantes elementos para a fabricação de eletrônicos: o nióbio e o tântalo. O Brasil também conta com grandes reservas de columbita e tantalita. Não é à toa que nós somos o segundo maior exportador de tântalo do mundo e o primeiro em relação ao nióbio.

Conheça o coltan

Apesar de você provavelmente nunca ter ouvido falar nele, saiba que pode estar presente em seu aparelho celular, computador, tablet e nos demais aparelhos eletrônicos. Além disso, a sua aplicação pode ser destinada às ligas metálicas avançadas, que são muito utilizadas na biomedicina e na indústria espacial.

O coltan faz parte de um contexto socioeconômico bastante complexo na República Democrática do Congo, em virtude da exploração de reservas minerais do país, onde é utilizada uma mão de obra em condições análogas ou muito próximas à escravidão, além de infantil.

Além desse problema, as guerras também são uma constante no país. Todos estão buscando a mineração dessas pedras valiosas. Neste cenário, forças rebeldes se organizam aproximadamente desde os anos 2000 para dominar a extração do coltan no país, o que apenas faz com que a situação bélica no Congo perdure.