Múmia do Pão de Açúcar: conheça os detalhes dessa história macabra
Descoberto em 1949, o cadáver jamais foi identificado.
Em setembro de 1949, cinco amigos alpinistas se reuniram com um objetivo ousado: escalar o icônico Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro.
Antônio Marcos de Oliveira, Laércio Martins, Patrick White, Ricardo Menescal e Tadeusz Hollup queriam seguir um caminho diferente do habitual, evitando as rotas tradicionais e explorando uma trilha mais perigosa e desafiadora.
Essa escolha do grupo, no entanto, levou a um dos mistérios mais intrigantes da história da cidade: a descoberta de um cadáver mumificado em plena Cidade Maravilhosa.
Um achado perturbador
O grupo começou sua subida no dia 19 de setembro daquele ano, partindo da Praia Vermelha. Logo no início, Hollup, o mais experiente, encontrou um sapato feminino desgastado, o que levantou suspeitas de que algo incomum estava à frente.
Porém, ficou para o mais jovem do grupo, Antônio Marcos, que liderava a subida naquele momento, fazer a descoberta macabra.
Ao explorar uma estreita fenda na rocha, conhecida pelos alpinistas como “chaminé Gallotti”, ele encontrou um cadáver preso pela passagem entre as pedras.
Surpreendentemente, o corpo não estava em decomposição, mas desidratado, como se estivesse mumificado pelas condições do local. Em entrevista concedida décadas depois, Antônio Marcos afirmou que a maresia teria contribuído com a mumificação.
Fotografias originais da múmia – Imagem: Arquivo do Clube Excursionista Carioca (CEC)/Ivan Calo/BBC/reprodução
Assustado, Marcos chamou seus amigos, que inicialmente pensaram ser uma brincadeira, mas logo perceberam a gravidade da situação. O grupo entrou em contato com as autoridades para relatar o achado.
No dia seguinte, os alpinistas retornaram ao local, dessa vez acompanhados por policiais e legistas, que removeram o corpo com equipamentos de escalada.
A notícia da descoberta logo se espalhou pela cidade, despertando a curiosidade e especulações sobre a identidade da “múmia“.
O laudo médico produzido posteriormente indicou que o cadáver, inicialmente confundido com o de uma mulher por conta do cabelo longo, era de um homem branco, com cerca de 35 anos e 1,60 m de altura.
A ausência de documentos e a falta de qualquer familiar ou conhecido que reclamasse pelo corpo no Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro transformaram o caso em um enigma.
Diversas teorias surgiram, variando entre suicídio, acidente ou até assassinato, mas nada foi confirmado. Inclusive, a hipótese de assassinato pôde ser descartada de cara, já que o cadáver não possuía marcas de agressão.
O corpo mumificado foi sepultado como indigente, e a identidade do homem jamais foi descoberta.
(…) E uma história contada pela metade
Embora o caso tenha ocorrido há mais de 70 anos, o cadáver encontrado pelos amigos alpinistas, hoje conhecido como a “Múmia de Gallotti”, continua a intrigar historiadores e curiosos.
O mistério em torno da identidade do homem e as circunstâncias de sua morte permanecem sem resposta, transformando a descoberta em um dos grandes enigmas da história do Brasil.
* Com informações do Aventuras na História.
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