Não é só burnout: ciência aponta nova doença que causa exaustão crônica

Você já ouviu falar em burnon? Este é um termo relativamente novo que descreve uma condição de exaustão crônica causada pelo estresse contínuo no trabalho, mas que se manifesta de maneira diferente do conhecido burnout.

Enquanto o burnout resulta em um colapso físico e emocional, o burnon é uma exaustão persistente na qual o indivíduo continua a trabalhar, mascarando a fadiga com eficiência e entusiasmo aparentes.

Diferenças entre burnon e burnout

Para compreender as diferenças entre burnon e burnout, é necessário entender a natureza de cada uma dessas condições e como elas afetam os indivíduos.

O termo “burnout”, que já é amplamente reconhecido, refere-se a um estado de exaustão extrema em que a pessoa não consegue mais realizar suas atividades diárias devido ao desgaste físico e emocional.

É como uma vela que se consome completamente, deixando apenas cera derretida e pavio queimado.

O burnout é frequentemente associado a três componentes principais: exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal.

Pessoas que sofrem de burnout experimentam uma sensação profunda de cansaço, distanciamento emocional do trabalho e uma percepção de falta de competência e sucesso.

Burnout se caracteriza pela exaustão completa e total, distanciamento emocional e, por fim, um colapso. Imagem: Reprodução

Esse estado é tão debilitante que a única solução viável parece ser afastar-se completamente do ambiente de trabalho para se recuperar.

Por outro lado, o burnon é uma condição mais insidiosa e menos visível.

Cunhado pelos psicólogos Timo Schiele e Bert te Wildt, o termo descreve uma exaustão crônica em que os indivíduos continuam a trabalhar arduamente, mesmo estando extremamente esgotados.

Diferentemente do burnout, no qual o colapso é evidente, aqueles que sofrem de burnon conseguem manter um desempenho alto e uma fachada de entusiasmo e eficiência.

Sintomas e sinais do burnon

Os sintomas do burnon são muitas vezes mascarados pelo comportamento aparentemente produtivo dos indivíduos. Contudo, sinais sutis revelam a gravidade da situação.

Pessoas com burnon podem sentir uma exaustão constante, mesmo após períodos de descanso, e apresentar dores físicas frequentes, como dores no pescoço, nas costas e dores de cabeça.

Dores de cabeça, nas costas e no pescoço são sinais da tensão sob a qual a pessoa que tem burnon vive. Imagem: Reprodução

Além disso, podem desenvolver bruxismo, uma condição caracterizada pelo ranger dos dentes.

Outros sinais incluem desinteresse por atividades sociais, falta de energia para se envolver em hobbies ou esportes, distúrbios do sono e sintomas psicológicos, como sentimentos de desesperança, ansiedade e desespero.

A exaustão crônica também pode levar a problemas psicossomáticos, como pressão alta e suas possíveis consequências, aumentando o risco de ataques cardíacos e derrames.

Causas do burnon

As causas do burnon estão profundamente enraizadas no estilo de vida moderno e nas pressões crescentes do ambiente de trabalho.

A competição intensa, a busca incessante por reconhecimento e sucesso, e a incapacidade de desconectar do trabalho, mesmo fora do expediente, são fatores críticos.

Pessoas altamente motivadas e perfeccionistas são especialmente vulneráveis.

A pressão para atingir metas e a tendência de impor a si mesmas padrões elevados de desempenho contribuem significativamente para o desenvolvimento do burnon.

A grande motivação, o perfeccionismo extremo e a elevada cobrança pessoal são algumas das causas do burnon. Imagem: Reprodução

Como tratar o burnon?

O tratamento do burnon começa com a conscientização e aceitação do problema. É extremamente importante que o indivíduo reconheça que a exaustão contínua pode levar a sérios problemas de saúde.

O suporte de amigos, familiares e colegas de trabalho é fundamental para trazer à tona a consciência sobre o estado de burnon.

Estratégias eficazes incluem estabelecer limites claros entre vida profissional e pessoal, praticar atividades de relaxamento, como caminhadas, meditação e yoga, e procurar ajuda profissional de psicólogos e terapeutas.

Avaliar o ambiente de trabalho é igualmente importante; se ele for tóxico, discutir com o departamento de recursos humanos, buscando ajustes. Em alguns casos, considerar novas oportunidades de emprego pode ser necessário.

O burnon é uma condição séria que pode ter impactos profundos na saúde mental e física de uma pessoa.

Reconhecer os sintomas e buscar tratamento é de suma importância para prevenir consequências mais graves.

Se você ou alguém que conhece está exibindo sinais de burnon, não hesite em procurar ajuda profissional.

*Com informações de Forbes, G1 e GulfNews.