Noite das Garrafadas

Conheça detalhes sobre um dos protestos populares que refletiram a impopularidade de D. Pedro I, pouco antes de sua abdicação.

A noite das Garrafadas foi um conflito urbano e de caráter popular que aconteceu na época do Brasil Império (1822-1889), mais precisamente na noite de 13 de março de 1831, na cidade do Rio de Janeiro. Ainda que indiretamente, este acontecimento contribuiu significativamente para a abdicação de D. Pedro I, em abril do mesmo ano.

De um lado estavam os portugueses defensores de D. Pedro I, e do outros, brasileiros liberais que estavam totalmente insatisfeitos com a forma de governar do imperador. Além da liberdade de imprensa, eles exigiam liberdade política e administrativa.

Impopularidade de D. Pedro I

Tradicionalmente, por conta da colonização portuguesa, o Brasil sempre teve lusitanos entre as classes abastadas e nos postos de poder. Após a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, a situação não era diferente.

Os Ministros, membros do governo, ocupantes dos postos mais altos das instituições militares e pessoas mais ricas do país eram todos de origem lusitana, portanto, a Independência representou pouca, ou nenhuma, ruptura com os moldes colonialistas.

Além disso, D. Pedro I nunca abandonou as relações com a vida política de Portugal, de modo que a sombra uma nova união entre os dois países vivia pairando sobre o Brasil, principalmente a partir de 1826, quando D. João VI morreu e a sucessão do trono foi colocada em pauta.

Outros pontos importantes a serem levados em consideração são a situação econômica do país na época da Independência e a forma autoridade com que o imperador conduzia seu governo.

Em 1823, por conta da oposição da Assembleia Nacional Constituinte em relação à concessão de títulos de nobreza por D. Pedro I, ele decide fechá-la. O que resultou na outorga da Constituição de 1824.

Entretanto, a tensão ficou ainda maior com o assassinato do jornalista liberal italiano, radicado no Brasil, Lídero Badaró. Ele morreu de forma misteriosa em novembro 1830, na cidade de São Paulo.

Como representante da imprensa, Badaró fazia duras críticas ao imperador por meio dos periódicos “Farol Paulistano” e “Observador Constitucional”, que eram veículos de divulgação das ideias liberais.

Quando surgiu a suspeita de que sua morte havia sido encomendada pelo monarca, a população se reúne com o intuito de colocar fim ao governo imperial.

Resumo da Noite das Garrafadas

Considerado um dos acontecimentos mais importantes que antecedem a abdicação de D. Pedro I, o episódio que ficou conhecido como Noite das Garrafadas aconteceu em 13 de março de 1831, nas ruas do Rio de Janeiro. Curiosamente, levou este nome porque os brasileiros usaram pedras e garrafas para atacar os adversários.

O conflito aconteceu entre portugueses e brasileiros, de um lado, defensores do governo imperial, de outro, liberais que defendiam amplas reformas na estrutura governamental do Brasil.

Por conta de sua crescente impopularidade, o monarca decidiu fazer uma série de viagens pelas províncias do Brasil, com o intuito de diminuir a oposição ao seu governo. O primeiro destino, foi para Ouro Preto, onde ele foi recebido com muita hostilidade.

A viagem foi um verdadeiro fracasso, além de os políticos usarem faixas pretas simbolizando luto, os moradores da cidade fechavam as portas de suas casas em todos os locais onde a comitiva do imperador passava, confirmando a baixa de sua popularidade.

Para o regresso de D. Pedro I, os portugueses que moravam no Rio de Janeiro decidiram fazer uma grande festa para recebê-lo e demonstrar o total apoio ao seu governo.

Levando em conta o cenário político e social, que não era nada amistoso, na noite de 13 de março de 1831 os brasileiros saíram às ruas munidos de pedras e cacos de vidro com o objetivo de atacar os portugueses que estavam em festa.

Alguns historiadores, no entanto, afirmam que a revolta popular aconteceu entre os dias 11 e 15 de março de 1831.

Consequências da Noite das Garrafadas

Os liberais brasileiros saíram vitoriosos do conflito e cerca de um mês depois, em 07 de abril de 1831 D. Pedro I abdicou o trono em favor de seu filho D. Pedro II, que na época tinha somente cinco anos de idade. A situação, portanto, deu início ao período regencial, que durou até 1840, quando acontece o golpe da maioridade.

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