Nona economia do planeta, Brasil possui minoria de cidadãos com Educação Financeira

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), mostra que país tem 78,5% de famílias endividadas

Embora ostente a posição de nona maior economia do planeta, o Brasil continua em ‘recuperação’ em matéria de Educação Financeira, uma vez que dos 35% adultos ‘alfabetizados’ financeiramente, apenas 21,9% admitem estar preparados para enfrentar uma situação de ‘despesa inesperada’.

Esse cenário temerário fica mais nítido, levando em conta a mais recente Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), na qual o percentual de famílias endividadas cresceu 0,2 ponto percentual (p.p.) em junho, comprometendo 78,5% do total. Deste total, 18,5% admitem estar muito endividadas, o maior patamar da série histórica, iniciada em janeiro de 2010. Em paralelo, o Banco Central (BC) informou que a parcela de ‘endividados de risco’ saltou, de 9,9%, em dezembro de 2020, para 14,1% em dezembro de 2022.

Ao mesmo tempo, o Instituto Locomotiva revelou que 61% dos endividados costumam executar um ‘rodízio de contas’, pelo qual é escolhida a conta a ser paga naquele determinado mês, dependendo do valor dos juros e do prazo de pagamento que esta oferece.

Já a pesquisa desenvolvida pela S&P Global Financial Literacy Survey, mostra que o contingente de 35% de adultos alfabetizados financeiramente no país corresponderia à 67ª posição entre os 143 países analisados.

O educador financeiro e diretor de novos negócios da Multimarcas, Fernando Lamounier, exibe uma ‘regra de ouro’ para organização das finanças, a 50, 30, 20, em que 50% da renda vão para gastos fixos, 30%, em gastos variáveis e os 20% restantes em investimentos ou fundo de reserva. “Essa regra financeira é simples e separa o orçamento em três partes. O objetivo é priorizar as despesas mais importantes para passar o mês de maneira tranquila”, assinala.

Para Lamounier, muitos jovens se endividam por falta de consciência financeira e as escolas são capazes de prevenir esse problema, ajudando os estudantes a terem condições de se manterem financeiramente, controlando os gastos por impulso.

A despeito da perspectiva de crescimento médio anual de 3% do PIB, nos próximos cinco anos, o Brasil continua, porém, colecionando sucessivos recordes de inadimplência. A reversão desse grave problema socioeconômico, foi homologada a inclusão da Educação Financeira como disciplina obrigatória na grade curricular das escolas de ensino fundamental, passando a integrar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em vigor desde 2020.

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