Nova Zelândia apreende imagens de abuso sexual infantil fabricadas por IA

O diretor alfandegário da equipe de Operações de Exploração Infantil, Simon Peterson, revelou um aumento preocupante no material de exploração sexual infantil gerado digitalmente na Nova Zelândia.

Conforme relatado pelo Stuff, três agências governamentais, incluindo a alfândega, a polícia e o Departamento de Assuntos Internos (DIA), confirmaram ter encontrado conteúdo censurável gerado por Inteligência Artificial no país, após indagações decorrentes de casos similares em outros lugares.

Segundo Peterson, a alfândega recentemente interceptou um jogo cujo conteúdo retratava abuso sexual infantil, ampliando as preocupações sobre o uso da IA neste contexto. Ele destacou que, embora o conceito de tais práticas não seja novo, a capacidade da IA de produzir imagens cada vez mais realistas torna a situação mais problemática e preocupante.

Stuart Mills, que é gerente de operações de interceptação e tecnologia e detetive inspetor, expressou sua preocupação sobre o uso indevido da inteligência artificial para gerar imagens que simbolizam o abuso sexual de menores.

“Esta é uma questão que enfrenta a aplicação da lei internacionalmente.”, falou o detetive.

Nós apreendemos um acúmulo substancial de materiais envolvendo exploração sexual de crianças, incluindo imagens digitalmente produzidas”, declarou um representante do DIA.

Segundo ele, o material de abuso digitalmente criado tem sido confiscado pela alfândega desde o início dos anos 2000, tradicionalmente utilizando ferramentas como o Photoshop. No entanto, atualmente estão sendo interceptados conteúdos produzidos “inteiramente por IA”.

Ele esclarece que quase um quarto do conteúdo atualmente apreendido é produzido digitalmente.

“A dificuldade com a plataforma IA é a sua acessibilidade universal. Gostaria de afirmar que somos extremamente hábeis em identificar falsificações, no entanto, a IA pode ser muito convincente”, afirmou. “É possível que alguém use a IA para criar algo e nós não consigamos discernir a diferença”, complementou.

Ele reiterou que a IA é apenas a mais nova fronteira tecnológica que está sendo invadida por pedófilos, seguindo o mesmo padrão da internet e, posteriormente, das redes sociais.

“Isso tornou o abuso infantil mais disponível. Uma perspectiva assustadora”, continuou informando o especialista. “Fora essas imagens sendo compartilhadas, vendidas ou negociadas, as imagens geradas por IA provavelmente estão sendo usadas por criminosos para manipular e coagir jovens vítimas on-line em casos de ofensa como sextorsão”, finalizou.