Antiguidade: esculturas ‘sagradas’ de corujas podem não passar de brinquedos infantis
Esculturas antigas encontradas na Península Ibérica e que pareciam representar divindades podem, na verdade, ser apenas brinquedos infantis.
Antes eles eram vistos como objetos que representavam divindades e também foram considerados sagrados para o uso de alguns rituais, mas agora podem não passar de brinquedos infantis ou de algum tipo de amuleto. É o que revela um novo estudo dos pesquisadores envolvidos com as antiguidades. Entenda o que os levaram à conclusão.
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Artefatos sagrados ou apenas brinquedos?
As diversas e antigas placas de ardósia em forma de coruja que foram encontradas em túmulos e fossos na região da Península Ibérica, já não estão sendo mais consideradas como artefatos que representam divindades ou com significados ritualísticos, pois ganharam estão prestes a ganhar um novo significado por causa de um novo estudo.
A pesquisa indica que, na verdade, as placas que são do tamanho da palma de uma mão e que exibem padrões geométricos na região do topo, podem ser apenas obra das crianças da época que as utilizavam como brinquedos.
Feitos de ardósia e encontrados em grande quantidade, os objetos que se assemelham com corujas devem ter entre 5.500 e 4.750 anos e podem representar um rastro de atividades lúdicas e relacionadas ao aprendizado dos jovens daquela época.
Segundo os pesquisadores: “objetos semelhantes a corujas feitos em pedra fornecem talvez um dos poucos vislumbres do comportamento infantil no registro arqueológico das antigas sociedades europeias”.
Dessa forma, por meio do levantamento feito, foi possível observar que as crianças daquele momento podiam facilmente gravar as ardósias com ferramentas pontiagudas que eram feitas de quartzo, cobre ou pederneira. Com isso, eram capazes de montar estruturas que se assemelhavam aos corpos de corujas e às plumagens das aves.
Outra questão que indica que as placas eram feitas pelos jovens é que os desenhos encontrados nelas se assemelham e muito aos que as crianças da idade moderna produzem. De todo modo, os responsáveis por este novo estudo não descartam a possibilidade de que as placas sejam objetos sagrados. Que sejam, inclusive, itens que até mesmo foram utilizados como oferendas funerárias dadas pelos mais jovens aos mais velhos que faleceram.
Além do mais, o que chama a atenção é que as esculturas se assemelham e muito às espécies de corujas, Mocho-pequeno e Mocho-orelhudo, que são muito comuns em Portugal e na Espanha.
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