Café preto e tendências psicopáticas: existe uma ligação?
Descubra a relação entre pessoas que bebem café preto e traços de personalidade associados à psicopatia.
Pessoas que bebem café preto têm mais chances de apresentar traços de personalidade associados à psicopatia segundo um estudo. No entanto, a pesquisa é controversa e não concluiu de forma clara sobre a relação entre café preto e psicopatia. Mais estudos são necessários para confirmar essas descobertas.
Parece que está na hora de adicionar um pouco de leite ou creme à sua xícara de manhã. Você já viu alguém tomar café sem creme ou açúcar e se perguntou como eles conseguem fazer isso? Enquanto muitos de nós não conseguimos viver sem nossa xícara de café matinal, também é difícil imaginar apenas bebê-lo puro, sem leite e açúcar adicionados.
Afinal, quem quer tomar uma bebida com gosto tão amargo, especialmente logo de manhã? Vamos encarar: nós te amamos, café, mas você pode ser bem amargo. Então, como é possível que algumas pessoas consigam beber sua xícara de café preto pela manhã?
Bem, de acordo com pesquisas, beber café dessa forma revela algo surpreendente sobre quem você é como pessoa.
Café preto pode indicar tendências psicopáticas?
Não é uma afirmação exata. Porém, os amantes do café preto parecem ter uma inclinação maior para traços psicopáticos. Adentraremos a fundo nas pesquisas científicas.
A ligação entre a preferência por sabores amargos e traços de personalidade mais sombrios foi revelada por diversos estudos, incluindo um notável realizado na Áustria em 2015. Esse estudo examinou os bebedores de café preto, uma bebida de sabor amargo, e encontrou uma associação intrigante com a psicopatia.
Os pesquisadores não declararam que os bebedores de café preto são psicopatas, mas sim que esses indivíduos possuem uma maior tendência a apresentar comportamentos negativos. Esta mesma correlação foi observada em pessoas que apreciam outras bebidas amargas, como a água tônica.
Por fim, apesar do resultado do estudo ser interessante, é importante ressaltar que não necessariamente todos os apreciadores de café preto exibem traços psicopáticos.
A pesquisa que explora a conexão entre a preferência pelo sabor amargo e traços antissociais
Em um experimento intrigante, os pesquisadores da Universidade de Innsbruck, na Áustria, focaram-se na análise de sabores amargos, em vez do café específicamente, buscando identificar se esses gostos poderiam indicar a presença de características de personalidade antissocial.
A metodologia da pesquisa envolveu entrevistas com mais de 1.000 adultos, obtidos através da plataforma Amazon Mechanical Turk. Os participantes foram questionados sobre suas preferências em relação a alimentos e bebidas específicos, assim como seus gostos gerais por sabores amargos, doces, azedos e salgados. Adicionalmente, eles responderam a 52 declarações de diversos testes de personalidade para fornecer uma visão mais profunda de seus traços de caráter.
Análise entre preferências gustativas e características de personalidade: um estudo revelador
O estudo apresentou que indivíduos com preferências por alimentos amargos apresentaram, de maneira ligeiramente mais proeminente, traços associados a psicopatia, narcisismo, sadismo e maquiavelismo.
Os participantes avaliaram seu gosto por alimentos e bebidas considerando certos sabores, inclusive o amargo. Posteriormente, suas respostas foram cotejadas com resultados de testes de personalidade que mediam traços como agressividade e manipulação.
Os pesquisadores confirmaram a hipótese que sugeriu uma associação positiva entre a preferência pelo sabor amargo e traços de personalidade mais malévolos, sendo a correlação mais expressiva com o sadismo cotidiano e a psicopatia.
Entretanto, o estudo indica que a predileção por sabores amargos só é capaz de prever cerca de 19% do sadismo de uma pessoa. Isso implica que aqueles que gostam de sabores amargos, como cervejas fortes e café sem adoçar, tendem a apresentar traços psicopáticos.
Em contrapartida, os indivíduos que preferem seu café adoçado e com creme mostraram mais propensão a traços positivos, como empatia, cooperação e bondade.
Avaliação crítica do estudo de 2015 e suas lacunas
A reflexão sobre a legitimidade do estudo de 2015 que sugere uma associação entre consumidores de café preto e características psicopáticas revela várias falhas e limitações.
Aspectos problemáticos na coleta e interpretação dos dados
O estudo não interrogou explicitamente os participantes sobre como consomem seu café, resultando em conclusões inferidas e não diretamente relacionadas. O trabalho, apesar de se focar em traços de personalidade e preferências gustativas específicas, apresenta consideráveis falhas.
Além disso, os dados do estudo foram obtidos por meio de autorrelato, um método muitas vezes criticado pela sua falta de confiabilidade. Ademais, os participantes receberam compensação financeira para responder às mais de 50 perguntas do questionário do estudo.
Um outro problema é a subjetividade inerente ao paladar, com os participantes discordando dos pesquisadores sobre o que classificam como amargo. Alimentos como queijo cottage, ginger ale, suco de toranja, pão de centeio e chá, categorizados como amargos pelos pesquisadores, não foram vistos da mesma forma pelos participantes.
Inconclusividade e necessidade de estudos futuros
Finalmente, o estudo não ofereceu conclusões sólidas sobre a ligação proposta entre a ingestão de café preto e tendências psicopáticas. Seus resultados, voltados mais para as preferências gustativas, revelaram-se particularmente fracos.
Para corroborar as conclusões sugeridas, são necessários estudos adicionais. No entanto, o estudo em questão é, na melhor das hipóteses, divertido de se ler. Embora você possa considerar adoçar um pouco o seu café preto, é importante lembrar que a ingestão de café preto por si só não induz à psicopatia.
Fonte: Higherperspectives
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