Os melhores poemas para o Dia do Índio

A data é comemorada no dia 19 de abril e deve homenagear os primeiros habitantes do Brasil, incluindo a importância de sua cultura e costumes.

No dia 19 de abril, os brasileiros celebram o Dia do Índio, data estipulada em 1940 como homenagem ao Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. O objetivo do evento era reunir líderes indígenas de diferentes nações a fim de zelar pelos seus direitos. No Brasil, a data foi oficializada em 02 de junho de 1943 pelo Decreto Lei n. 5.540.

Os índios foram os primeiros habitantes de nosso país e já estavam por aqui na chegada dos navios portugueses, em 1500. Apesar de sua extrema importância e contribuição para nossa cultura, os povos indígenas têm sido desrespeitados e assistido a redução de suas populações.

Vem daí a importância de celebrar esta data nas escolas, no intuito de preservar e valorizar sua cultura. Por isso, várias instituições planejam comemorações voltadas, especificamente, para os índios. Entre elas, estão colagens, pinturas, dramatizações, confecção de artesanatos e leitura de poemas.

Para contribuir com sua comemoração, trouxemos vários poemas para o Dia do Índio que podem ser levados para sala de aula!

A vida do índio – Edmar Batista de Souza (Itohã Pataxó)

O índio lutador,
Tem sempre uma história pra contar.
Coisas da sua vida,
Que ele não há de negar.
A vida é de sofrimento,
E eu preciso recuperar.
Eu luto por minha terra,
Por que ela me pertence.
Ela é minha mãe,
E faz feliz muita gente.
Ela tudo nós dar,
Se plantarmos a semente.
A minha luta é grande,
Não sei quando vai terminar.
Eu não desisto dos meus sonhos,
E sei quando vou encontrar.
A felicidade de um povo,
Que vive a sonhar.
Ser índio não é fácil,
Mas eles têm que entender.
Que somos índios guerreiros.
E lutamos pra vencer.
Temos que buscar a paz,
E ver nosso povo crescer.
Orgulho-me de ser índio,
E tenho cultura pra exibir.
Luto por meus ideais,
E nunca vou desistir.
Sou Pataxó Hãhãhãe,
E tenho muito que expandir.

Donos da terra – Daniela Valadares Aleixo

Usurparam sua cultura
costumes e tradições.
Apossaram-se de suas
terras, seu verde devastou.
O índio andava nu, uma livre
inocência, foi injetado em suas
mentes inverdades sobre moralidade
cegaram a sua pureza…
513 anos depois, O índio
ainda tem que guerrear, por uma
terra que sempre foi sua,
provar que este é seu lugar.
A força do índio vem de um querer,
provar que esta terra vasta não é
“terra de ninguém”.
Esta terra sempre teve donos,
tinha e ainda tem… ÍNDIOS.

Pássaro que não é pássaro – Carmem Teresa Elias e Beatriz Ribeiro

O canto era longo, melodioso
Na harmonia da floresta
O colorido ornamento de penas e plumas
Continha amarelos, verdes, azuis…
Com eles, havia as cores de Brasil
Havia a música das florestas do Brasil
Mas seu canto ficou raro
Tão raro
Quanto o canto do Uirapuru…
Pássaro que não é pássaro
A floresta silencia
Os índios estão quase extintos!
O Brasil não aprendeu a viver com tamanho encanto!!!

Festa na Taba – Benedito Gomes Rodrigues

O pajé avisou.
O cacique escutou.
A taba precisa,
Urgentemente,
Se divertir!
“Peguem os ‘pife’,
Os tambores,
E os maracás!
É hora de festejar
A mãe terra querida!
O sol e o ar!
Irmãos e irmãs,
Gritos de amor!
Passos ao chão.
Chão do pai, e do avô!”
É a harmonia no ritmo.
O passo da vida,
Que pulsa no coração.
É som em conjunto.
Batida em irmandade.
Toada da emoção.
A vida somos nós!
Todos numa só vida!

Falando de índio – Ana Lucia Souza Cruz

Sou um indiozinho que passeia tranquilo pela beira da praia, meu quintal.
Inteligente, sei que de tudo disponho para ser feliz.
Mas sinto que, à espreita, me observavam de longe.
Um dia, no entanto, aconteceu… Conheci alguns homens diferentes cobertos de panos.
Com curiosidade normal de toda criança fui me aproximando timidamente e me encantando com as novidades.
Mal sabia que aí começaria minha escravidão… E no meio da rejeição conheci uma arma diferente. Arma de homem covarde pois no corpo a corpo não guerreava.
De longe causava seu estrago que, da tocaia, o covarde homem atirava.
Não adiantava gritar : – Nós não precisamos de nada já temos tudo e queremos nossa paz!
Outra língua eles falavam…
Foi-me imposta religião, costumes e tradições.
Foi dizimado o meu viver…
Via pouco a pouco meu povo morrer, e me perguntava: – O que será de nós agora?
O silêncio …
E lá ao longe na mata uma ave solidária, com seu canto me respondia.
E a dor que mais me doía se fazia ser ouvida…

Poemas tradicionais Pankararu – Kaciane Monteiro e Eriane Maria

Na terra nos plantamos e colhemos.
Vim topar uma parada,
Conhecer o povo Pankararu,
E disputar com a moçada,
Nas festas nos comemoramos, com uma linda tórezada.
O Pankararu passa a vida.
Sempre olhando pra chão,
Mais um dia descobriu,
E valorizou a nação.
Mudou da água pro vinho,
Fez-se de um povo de ação.
Nasce o Pankararu pra sofrer,
Nesse mundo do senhor,
Assim vive os Pankararu.
Para quem não confia no amor,
Mais vontade fé e amizade,
Vencem sempre qualquer dor.
Não adianta ter pressa,
Pois o destino nunca trai.
Os Pankararu nasceram pra vitória,
Não é erva que o chão atrai,
Quando a queda ta armada,
Chega Deus ele não cai.
Quem é do chão não se atrepa,
Diz o dito popular, Pankararu.
O que na terra é do índio,
Bicho nenhum vai tomar.
Só mata quem quer matar.
Vou guarda o meu câmpio
Terminar essa jornada.
Outro povo me espera,
Pra ouvir coisas engraçadas,
Que as histórias Pankararu,
Dão de graça a meninada.
E se podemos sofrer hoje.
Sofremos até vencer.
E com a força de nosso pai.
Santsé, e força Encantada.
Nós venceremos qualquer obstáculo.

Dia do Índio – W. Marques

Já tem índio professor.
Índio com negro.
Já tem índio doutor.

Índio sem terra.
Índio votando em índio.

Índio com branco,
índio que faz milagre.
Só falta o índio santo.

Índio fazendeiro.
Só não tem índio importado,
o índio daqui é brasileiro.

Índio que luta.
Índio escuta.
Filho da outra.
Índio que multa.

Índio culto.
Índio matuto.
Índio em festa
Índio de luto.

Destruição – Francinaldo Gûyraguasu – Potiguara da Aldeia Akajutibiró/PB

Quando olhei as nossas matas
Numa triste destruição
Os animais estão morrendo
Graças o homem sem coração
Que beleza era essas matas
Dá vontade de chorar
Ouvindo o canto dos passarinhos
Fugindo souto em seu caminho
Até mesmo os nossos rios
Estão sendo destruídos
Cortando as árvores de suas margens
Mudando o curso já poluído
Hoje vejo muitas árvores
Cortadas e até queimadas
Eu fico triste nesse instante
Por que tamanha destruição
Quando o verde dessas matas
Tocar no teu coração
Vendo tudo o que fizeste
Com o teu povo e o teu irmão
A natureza é nossa Mãe
Jamais perdoa um filho seu
Que tenta ela destruir
Com arrogância e ambição.

A vida do índio – Edmar Batista de Souza (Itohã Pataxó)

O índio lutador,
Tem sempre uma história pra contar.
Coisas da sua vida,
Que ele não há de negar.
A vida é de sofrimento,
E eu preciso recuperar.
Eu luto por minha terra,
Por que ela me pertence.
Ela é minha mãe,
E faz feliz muita gente.
Ela tudo nós dar,
Se plantarmos a semente.
A minha luta é grande,
Não sei quando vai terminar.
Eu não desisto dos meus sonhos,
E sei quando vou encontrar.
A felicidade de um povo,
Que vive a sonhar.
Ser índio não é fácil,
Mas eles têm que entender.
Que somos índios guerreiros.
E lutamos pra vencer.
Temos que buscar a paz,
E ver nosso povo crescer.
Orgulho-me de ser índio,
E tenho cultura pra exibir.
Luto por meus ideais,
E nunca vou desistir.
Sou Pataxó Hãhãhãe,
E tenho muito que expandir.

Canção do Índio – José Guimarães

Um dia eles vieram de longe
Em suas caravelas possantes
E nos impressionaram
Invadiram nossas terras,
Construíram grandes cidades
E nos expulsaram
Porém, eles não precisavam nos expulsar
Da terra onde morávamos
De onde nascemos
Fazendo com que sofrêssemos
E como bicho nos escondêssemos
Nestes rincões do país
O Brasil é muito grande,
Ninguém precisa negar
Basta olhar nossas matas,
Navegar nossos rios
E explorar nosso mar
Porém, eles não precisavam nos expulsar
Da terra onde nascemos,
Onde sempre vivemos
Sem dinheiro, sem roupa,
Mas com muita paz
Pois quando aqui chegaram
Eles já nos encontraram
Espalhados nas matas
A criar nossos filhos
A pescar
A caçar
A cantar
E a dançar
Entretanto, eles não precisavam nos expulsar
Pois quando aqui chegaram
Já nos encontraram
E habitaram esta terra
Que não era deles
Que não era de ninguém
Aqui vivíamos unidos
Alegres e felizes
Cultivando raízes
Plantando para comer
Lutando para viver
Descobrindo remédios
Para socorrer caboclo que adoecer
Também a matar ou a morrer
Pra nossa tribo a gente defender.
Portanto, eles não precisavam
Nos expulsar
Da terra onde nascemos,
Onde sempre vivemos
Bastava-lhes viver por aí
Por onde bem quisessem
E nos deixar em paz
Em nossos cantos felizes
Porque nós nunca que iríamos
No canto deles os incomodar
E isso ninguém pode negar!

Cadê os índios que estavam aqui? – Paula Belmino

1,2,3 indiozinhos
na mata sozinhos
viram a onça
e correndo
na árvore subiram
lançaram uma flecha
e da onça fugiram.

1,2,3 indiozinhos
no rio valentes
cantavam pra Tupã
e cada um com sua lança
levaram um peixe só.

1,2,3 indiozinhos
na mata
plantavam sementes
colhiam frutas maduras
as ervas para a dor
e alimento somente
e ali mesmo em suas ocas
mandaram fumaça
aos deuses do amor
para que da floresta fosse
sempre protetor.

1,2,3 indiozinhos
com medo de uma gente
branca que impõe
novos modos de viver
índios que eram livres
agora não sabem como viver.

1,2,3 indiozinhos
bem sozinhos
já não sabem lutar
a floresta está escassa
no rio peixes não há.
Da onça já nem sentem medo
ela já não vem lhes procurar.

1,2,3 indiozinhos
que tristeza que dá!
a cara pintada na luta,
o corpo coberto de roupas,
do homem branco
a língua nova a falar.

A casa que era de palha
tijolos e areia cimentou.
E agora não mais livres
de 1,2,3 indiozinhos
O apito silenciou.

Onde estão os indiozinhos
que no bote nadavam?
a onça os levou?

O bicho homem sem dó nem piedade
sua terra, sua língua e cultura
tudo do índio mudou!

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1 comentário
  1. Paula Belmino Diz

    Obrigada pela divulgação

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