Por que algumas cidades estão banindo o Airbnb?
O aplicativo de hospedagem se tornou uma boa opção para viajantes que querem economizar com acomodações.
O Airbnb, fundado em 2008, em São Francisco (EUA), revolucionou o setor de hospitalidade ao permitir que pessoas aluguem seus imóveis ou quartos para turistas temporariamente.
A plataforma ganhou popularidade de forma rápida, oferecendo uma alternativa econômica e personalizada em comparação aos hotéis tradicionais. Seu sucesso deve-se à conveniência, à diversidade de opções de hospedagem e à experiência única de viver como um local.
Apesar de seus diferenciais, nos últimos anos, o Airbnb enfrentou um aumento de restrições e até banimentos em diversas cidades ao redor do mundo.
Cidades como Barcelona, Nova York, Berlim e Viena anunciaram medidas severas para controlar ou proibir o funcionamento do Airbnb, citando preocupações com a acessibilidade de moradias e os impactos negativos do turismo em massa.
Muitas cidades estão proibindo o Airbnb: por quê?
Barcelona foi uma das primeiras cidades a tomar medidas drásticas contra o Airbnb. Em 2024, a cidade anunciou que deixaria de emitir novas licenças para aluguéis de curto prazo e não renovaria as existentes até 2029.
O prefeito da capital da Catalunha, Jaume Collboni, justificou a decisão com a necessidade de aliviar a crise habitacional e os altos preços de aluguel, exacerbados pelo turismo excessivo.
Já em Nova York, foram implementadas regras rigorosas que exigem a presença dos anfitriões durante a estadia dos hóspedes e o registro de suas propriedades, aplicando-se multas severas a quem não cumprir as regulamentações.
A cidade argumenta que essas medidas também são necessárias para combater a escassez de moradias e a inflação dos preços de aluguel.
Berlim, conhecida por suas políticas de habitação acessível, impôs limites estritos ao Airbnb. Desde 2016, os proprietários precisam de permissões especiais para alugar suas propriedades por curtos períodos.
Autoridades da capital alemã alegam que a proliferação de aluguéis de curto prazo tem pressionado o mercado imobiliário, tornando difícil para os moradores locais encontrarem habitação a preços acessíveis, como de costume.
Viena, na Áustria, é outra cidade importante que recentemente anunciou que limitará a quantidade de dias que os proprietários podem alugar suas propriedades a um máximo de 90 dias por ano.
A medida visa garantir que as propriedades sejam utilizadas principalmente como residências e não apenas para aluguéis de curto prazo.
Nova York, a capital econômica dos Estados Unidos, é uma das cidades que têm restringido o Airbnb – Imagem: Reprodução
Entenda os motivos das restrições
Como citado anteriormente, o aumento dos preços dos aluguéis convencionais e dos imóveis é uma das principais razões para as restrições ao Airbnb nas cidades mencionadas e em várias outras.
A presença de muitos imóveis destinados a aluguéis de curto prazo reduz a oferta de moradias disponíveis para residentes permanentes, elevando os preços e dificultando o acesso à habitação. Em Barcelona, por exemplo, os aluguéis aumentaram 36% entre 2018 e 2022, devido à alta demanda turística.
Além disso, o incentivo ao turismo em massa tem causado preocupações significativas entre autoridades e moradores. Muitas cidades turísticas enfrentam problemas de superlotação, aumento do custo de vida e perturbações na vida comunitária devido ao grande número de turistas.
Esses fatores têm levado as autoridades a implementar restrições, como as sofridas pelo Airbnb, para proteger os residentes locais e preservar a qualidade de vida urbana.
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