Registro de renda fica abaixo do esperado para trabalhadores com deficiência

Segundo o IBGE, profissionais com algum tipo de deficiência ganham menos e enfrentam dificuldades para ingressar no mercado de trabalho.

Os profissionais que possuem algum tipo de deficiência ganham menos, têm uma taxa de desemprego mais elevada e cada vez mais enfrentam dificuldades para conseguir ingressar no mercado de trabalho aqui no nosso país, principalmente se for de modo formal.

Essas afirmações vieram de um estudo que foi divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na última quarta-feira, 21 de setembro, quando se comemora o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. A publicação aborda também alguns pontos, como as desigualdades em áreas do trabalho, rendimento e educação.

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Conforme informações do IBGE, o Brasil tinha registro de 4,2 milhões de pessoas com 14 anos ou mais que tinham algum tipo de deficiência e que ocupavam algum tipo de trabalho no ano de 2019, antes da chegada da pandemia da COVID-19. Desse total, somente 34,3% – aproximadamente 1,5 milhão de pessoas – atuavam de modo formal. Entre todos os trabalhadores sem deficiência, a taxa de formalização era bem maior, cerca de 50,9% conforme dados do IBGE.

No ano de 2019 foi registrada também uma renda média do trabalho de profissionais que possuem algum tipo de deficiência, que era de R$ 1.639,00 mensais. Esse rendimento ficou aproximadamente 37,4% abaixo do que era estimado para os trabalhadores sem deficiência, que ficou na média mensal de R$ 2.619,00, onde foram levados em consideração os valores deflacionados para julho de 2021.

Os trabalhadores que tinham algum tipo de deficiência recebiam uma renda menor em todos os dez grupos de atividades econômicas que foram analisadas. Esses profissionais, conforme informações do IBGE, estavam mais concentrados em alguns setores que tradicionalmente apresentam salários menores, como, por exemplo, serviços domésticos, agropecuária e alojamento, e também alimentação.

“A menor remuneração das pessoas com deficiência aparece em todos os grupos de atividades, mas também há o efeito de elas estarem mais concentradas em atividades com menor rendimento. Essa diversidade de situações mostra a necessidade de políticas adaptadas”, disse Leonardo Athias, analista do IBGE.

Segundo dados do estudo, a taxa de desemprego das pessoas que possuem algum tipo de deficiência foi de 10,3% em 2019. A desocupação na época foi maior que a verificada entre as pessoas que não possuem nenhuma deficiência, ficando em 9%.

Outro indicador mencionado pelo IBGE é a taxa de participação, que tem seu cálculo feito a partir da visão da força de trabalho, as pessoas ocupadas ou desocupadas, pelo total da população em idade de trabalhar, partindo dos 14 anos. Esse indicador diz respeito a uma atratividade do mercado de trabalho.

Vale destacar que no ano de 2019 a taxa de participação das pessoas com deficiência foi de 28,3%, equivalendo a menos da metade do verificado entre os brasileiros que não possuem deficiência, com 66,3%.

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