Revolta dos Malês
Revolta dos Malês foi um movimento que ganhou este nome devido aos negros de origem islâmica que organizaram o levante.
O que foi a revolta dos malês? A Revolta dos Malês foi um movimento liderado por negros africanos de origem islâmica. Cerca de seiscentos rebeldes entre negros cativos e libertos participaram do levante.
Ocorrida na cidade de Salvador em 1835, a rebelião foi rapidamente reprimida pelas tropas oficiais do governo.
Contexto Histórico
O Período Regencial (1831-1840) foi marcado por uma intensa instabilidade política. As disputas que sucederam a saída de D.Pedro I do trono brasileiro refletiram nas diversas camadas da sociedade brasileira.
As manifestações ocorridas nas províncias do Império representavam o descontentamento da população com o descaso dos governantes em relação aos assuntos internos do país. Com o controle da nação nas mãos dos regentes, os brasileiros continuaram a sofrer com um governo autoritário, seletivo e elitista.
As manifestações estavam relacionadas ao autoritarismo dos regentes, ao alto custo de vida nas cidades brasileiras, refletiam a indignação com a permanência de um regime escravista e ao descaso do governo com as péssimas condições de vida da grande maioria dos cidadãos, seja nos meios urbanos ou em localidades mais afastadas dos importantes centros.
Os descontentes tinham um alvo em comum: o governo central, mas isso não significava que os objetivos a serem alcançados eram os mesmos.
Pobres, ricos, fazendeiros, peões, escravos, indígenas, mestiços se uniram em torno de seus ideais. Enquanto as elites queriam mais autonomia política e privilégios comerciais, os oprimidos lutavam por melhores condições de vida e liberdade.
As principais rebeliões desse período foram a Revolta dos Malês, a Cabanagem, a Farroupilha, a Sabinada e a Balaiada. No texto a seguir conheceremos um pouco mais sobre o movimento liderado pelos malês: quem foram? O que queriam? Qual o destino do movimento e dos rebeldes?
Na época da eclosão da revolta, no dia vinte e cinco de janeiro de 1835, o movimento ficou conhecido como Insurreição Nagô, devido ao fato de 70% dos revoltosos serem da etnia nagô, nome dado aos iorubás na Bahia.
Líderes da Revolta dos Malês
Os iorubás eram os povos nascidos na África Ocidental, constituíam um dos maiores grupos étnicos da República da Nigéria. Entre os líderes da revolta pode-se destacar:
- Pacífico Licutan
- Ahuna
- Manuel Calafate
Durante o período monárquico, a escravidão tornou-se um dos negócios mais rentáveis para a economia brasileira. Mesmo com a proibição do tráfico negreiro_ a Lei Eusébio de Queirós promulgada em 1850 _ o contrabando interprovincial continuou rendendo altos lucros para os comerciantes escravocratas.
Objetivos da Revolta dos Malês
Ao longo de toda a sua vida, o sonho de todo escravo era conquistar sua alforria, mas quando conseguiam conquistar o seu ideal continuavam a ser alvo de descriminação. Os escravos alforriado geralmente iam para as cidades exercerem atividades como a de alfaiates, carpinteiros, pequenos comerciantes e artesãos.
A Revolta dos Malês tinha como objetivos:
- Lutar pelo fim do regime escravocrata;
- Conquista dos mesmos direitos que os cidadãos brancos;
- Fim da descriminação racial;
- Direito de liberdade ao culto baseado na religião islâmica;
- Fim da imposição da religião católica;
- Confisco dos bens dos brancos e mulatos;
- Criação de uma República Islâmica.
Nem todos os rebeldes que participaram do movimento eram malês, muitos praticavam outras religiões e aderiram à revolta na tentativa de conquistar uma vida melhor.
Além da descriminação racial e de todos os problemas enfrentados pelo simples fato de serem negros, os africanos e seus descendentes eram marginalizados e punidos por praticarem rituais religiosos diferentes do imposto pelo dominador branco.
O plano dos rebeldes consistia em se reunir com outros malês vindos de outras partes da cidade de Salvador e iniciar o levante (todo o plano foi escrito em árabe). O primeiro passo seria libertar os negros escravizados presos na Câmara Municipal de Salvador, o que acabou não dando certo.
Após se reunirem os malês se dirigiriam para os engenhos e libertariam os cativos, na sequência aprisionariam os brancos e confiscariam os seus bens. Na madrugada do dia vinte e cinco de janeiro de 1835, os rebeldes africanos foram para as ruas lutar contra as tropas do governo da Bahia.
Consequências
Armados com facas, lanças e espadas, os negros enfrentaram corajosamente os soldados armados com pistolas e garruchas. A ordem do governo era a de desmantelar todo o movimento antes que ele se alastrasse por toda a província. A violência dos combates provocou a morte de sete soldados e cerca de cem revoltosos.
Os soldados do governo conseguiram sufocar a rebelião. Estima-se que duzentos rebeldes foram presos e condenados as mais variadas penas: trabalhos forçados, açoites de acordo com o nível de participação no movimento e deportação para o continente africano.
Os líderes do movimento foram julgados e condenados a pena de morte. Em março de 1835, centenas de negros foram deportados para a África, muitos voltaram para suas terras de origem.
Entre as ações que objetivavam evitar novas revoltas, o governo proibiu que os negros muçulmanos circulassem pelas ruas de Salvador à noite e que praticassem seus rituais religiosos. Segundo o historiador João José dos Reis, a expulsão dos africanos fazia parte de uma tentativa das autoridades baianas de branquear a sociedade.
As notícias relacionadas à Revolta dos Malês se espalhou por todas as províncias brasileiras, o que motivou os senhores escravocratas a intensificarem a vigilância e os castigos impostos aos negros africanos e seus descendentes.
Lorena Castro Alves
Graduada em História e Pedagogia
Os principais participantes do movimento conhecido como revolta dos malês, eram os negros africanos de origem árabe que seguiam a religião islâmica. Em sua maioria eram alfabetizados e leitores do livro sagrado dos muçulmanos: o Alcorão.
boa tarde meu caro professor,os malês são africanos sim,de origem arabes não,é são muçulmanos sim,vale a pena dizer que o arabe é etnia,e mairia dos arabes são muçulmanos,mas nem todos os arabes são muçulmanos,a intolerância religiosa já passou.
agradeço
mustafa