Revolução Industrial
A Revolução Industrial foi uma das revoluções que mais rapidamente mudaram o mundo. Em pouco menos de 100 anos, a organização do trabalho, as relações comerciais, as teorias econômicas e a vida nas cidades se modificou completamente. E os efeitos desta revolução são sentidos até hoje.
A partir de meados do século XVIII, novas tecnologias modificaram um estilo de vida e de produção secular. O trabalho de subsistência e a manufatura deram lugar ao trabalho assalariado nas fábricas, onde a jornada de trabalho era longa e penosa.
A partir de invenções como a máquina a vapor, as fiadeiras e teares mecânicos, uma nova organização do trabalho surgiu. A Inglaterra foi o primeiro país a adotar o sistema fabril, que mais tarde se expandiu pelo hemisfério norte.
Por que a Inglaterra?
Alguns fatores contribuíram para que a Inglaterra fosse o berço da Revolução Industrial:
- Acúmulo de riquezas pelo comércio marítimo com o Oriente, recebimento de ouro do Brasil, via Portugal, saques de corsários e tráfico de escravos.
- Burguesia forte, rica e ambiciosa.
- Manufatura têxtil bem desenvolvida.
- Política de cercamentos: com o cercamento de áreas agrícolas, muitos camponeses tiveram de ir para as cidades, onde eram mão de obra disponível e barata.
- Aceitação do direito à propriedade privada.
- Grandes reservas de ferro e carvão.
- Domínio marítimo permitia venda dos produtos industrializados em diversos países.
Fases da Revolução Industrial
Primeira Etapa da Revolução Industrial (1760-1860): Num primeiro momento, as mudanças se limitaram às cidades da Inglaterra. Nesta primeira etapa, a principal máquina era o tear mecânico e as fábricas existentes eram em sua maioria da indústria têxtil, englobando roupas de lã, seda e algodão.
Segunda Etapa da Revolução Industrial (1860-1950): Nesta época houve a expansão da industrialização para outros países da Europa e para os Estados Unidos. A partir da Inglaterra, houve também desenvolvimento de novas tecnologias, como os motores a combustão, que usavam petróleo, e as máquinas movidas a eletricidade. A Revolução Industrial só ocorre no final da segunda etapa no Brasil, a partir da década de 1930.
Terceira Etapa da Revolução Industrial (1950 em diante): Moldada pelas novas tecnologias, em especial aquelas desenvolvidas durante a Guerra Fria, como a internet. Alguns estudiosos afirmam que nos aproximamos da Quarta Revolução Industrial, em que novas tecnologias wireless e a conexão de diversos aparelhos aos smartphones mudarão a maneira de produzir.
Consequências da Revolução Industrial
- Substituição do sistema doméstico de manufatura pela industrialização
- Divisão e especialização do trabalho: se antes os artesãos eram responsáveis por todo o processo produtivo, agora cada trabalhador tinha só uma função específica
- Fortalecimento e enriquecimento da burguesia
- Redução do custo de produção e aumento dos lucros
- Êxodo urbano e crescimento das cidades
- Aumento absurdo da poluição do ar
- Aceleração da produção
- Desenvolvimento de meios de transporte mais rápidos, para trazer matéria-prima e enviar produtos para serem vendidos
- Surgimento do proletariado e aumento das desigualdades sociais
Contestações à Revolução Industrial
A Revolução em si não foi criticada, mas sim algumas de suas consequências, em especial a exploração dos trabalhadores. Dentro das fábricas, todos os trabalhadores, incluindo mulheres e crianças, se submetiam a jornadas de trabalho muito longas, de 15 ou 16 horas por dia, em um ambiente fechado, sujo e onde ocorriam muitos acidentes.
Uma das primeiras contestações veio na forma do movimento luddista, que agia quebrando as máquinas para devolver a autonomia e a qualidade de vida ao trabalhador. Este movimento foi reprimido violentamente, e os demais movimentos tiveram de aceitar que a industrialização veio para ficar.
O movimento dos cartistas, por sua vez, procurou diálogo e mudanças na lei, criando uma legislação trabalhista e incentivando os trabalhadores a se organizarem em sindicatos. Foi devido à revolução industrial que surgiram também correntes teóricas socioeconômicas como o socialismo e o anarquismo.
Letícia Magalhães Pereira
Graduada em História
Pós-graduada em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais
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