Revolução Praieira (1848) – Resumo, o que foi, causas, líderes, objetivos

Marcada como sendo a última revolta do período imperial, a Revolução Praieira buscava o fim da autarquia política das elites conservadoras.

A Revolução Praieira ou Insurreição Praieira de Pernambuco aconteceu no território de Pernambuco, entre os anos de 1848 e 1850.

Liderada pelo liberal Pedro Ivo Veloso da Silveira, os “praieiros”, nome como ficaram conhecidos os revolucionários, lutavam pelo fim da autarquia conservadora das famílias Cavalcanti e Regos Barros, além do término do monopólio comercial português.

A expressão “praieira” que dá nome à revolução, faz menção à Rua da Praia, lugar onde ficava a sede do jornal “Diário Novo”, principal meio de comunicação dos grupos liberais.  

Fortemente inspirada nos ideais da Revolução Francesa, a revolta ilustrava o embate político entre liberais e conservadores.

Levante histórico

Durante o período imperial, a província de Pernambuco era a mais importante de todo o Nordeste brasileiro. A produção açucareira estava em sua melhor fase. 

Na época, a elite pernambucana desfrutava de muito prestígio em relação ao governo central, com sede no Rio de Janeiro.  

No entanto, no final do Segundo Reinado, a dominação absolutista e agressiva das elites da província açucareira causava revolta e insatisfação por grande parte da população. 

O monopólio político das famílias Cavalcanti e Regos Barros, associado ao aumento das desigualdades sociais e dominação portuguesa nos setores da política e do comércio, foram os principais motivos que levaram à revolta.

A falta de autonomia política também fez com que artesãos, senhores de engenho, profissionais liberais e setores da classe mais baixa se juntassem ao movimento. 

Em 1848, o político liberal Antônio Chinchorro da Gama destituído do cargo de governador de Pernambuco por D. Pedro II, causou revolta e indignação por partes dos liberais, no que seria o estopim para o início da revolução.

Reivindicações da Revolução Praieira

O chamado, Manifesto ao Mundo, foi o documento redigido pelos revoltosos liberais durante os acontecimentos da Revolução Praieira. Publicado em 1º de janeiro de 1849, a declaração contava com as seguintes condições:

  • Direito ao voto livre e universal ao povo brasileiro;
  • Liberdade de Imprensa;
  • O trabalho como garantia de sustento ao cidadão brasileiro;
  • Nacionalização e difusão do comércio de varejo em relação à monopolização de Portugal;
  • Independência das províncias dominadas pelo poder português;
  • Extinção do Poder Moderador;
  • Organização política federalista;
  • Nova reforma do Poder Judiciário;
  • Fim das leis de juro convencional;
  • Fim do recrutamento militar vigente na época.

Início dos Conflitos

A cidade de Olinda foi a primeira a sediar os conflitos da Revolução Praieira que se alastrou por todo o Estado do Pernambuco. 

Batalhas aconteceram em regiões do interior, como no povoado de Maricota, atual cidade de Abreu Lima. No ano de 1849, os revolucionários chegaram à Recife com uma tropa de quase 2.500 combatentes.

Sob a liderança de Pedro Ivo, ataques à construções e prédios davam o tom da manifestação. 

Entretanto, o poderio bélico do império ainda era maior sobre a força dos revolucionários. Visando manter a relação de cordialidade entre liberais e conservadores, D. Pedro II optou pela concessão da anistia aos participantes da revolução. 

Após inúmeros conflitos, no ano de 1850 chegava ao fim a onda de movimentos contra o absolutismo imperialista. 

Veja também: Linha do tempo do Brasil Império – Primeiro e Segundo Reinado e Cronologia

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