Índia: Robôs são introduzidos em cerimônias e devotos temem ser substituídos
Uma espécie de braço robótico é utilizado para acender o incenso ao deus Ganesha, o que gerou preocupação nos devotos.
Nas últimas décadas, presenciamos uma verdadeira expansão da Inteligência Artificial em diversas áreas da sociedade. Entretanto, poucos de nós imaginava que a tecnologia chegaria aos rituais sagrados das religiões ao redor do mundo. Todavia, é isso o que já ocorre no mundo, a começar pelos robôs que realizam rituais hindus na Índia.
Um robô ‘adorador’
Tudo começou em 2017, quando uma empresa de tecnologia da Índia começou a desenvolver uma espécie de braço mecânico capaz de realizar os rituais de adoração. No caso, o braço teria como função balançar uma lamparina ao deus hindu Ganesha, o que simboliza a vitória da luz sobre as trevas ao redor.
Nem sequer precisamos dizer que, anteriormente, essa era uma função dos próprios devotos, o que já causou indignação. Entretanto, isso não foi o suficiente para impedir o crescimento do uso da tecnologia nos rituais sagrados do hinduísmo. Desse modo, outras inovações tecnológicas invadiram os templos hindus, o que parece não agradar aos fiéis.
Entre essas novas tecnologias, está a introdução de um elefante robótico nos templos sagrados. Para os devotos, esse uso da tecnologia é o presságio de que o futuro será ruim e de que isso pode despertar a ira dos deuses. Ademais, existe outra questão latente, que é o medo de uma possível substituição pela máquina.
O fim da adoração humana?
Os estudos sobre a inquietação em torno do uso da tecnologia em qualquer área da sociedade é o medo da substituição. Prova disso é o temor com o uso do ChatGPT e um possível fim da produção textual dos seres humanos. Todavia, esse medo fica mais agravado quando se trata de um robô que tem como finalidade adorar um deus.
Dessa forma, pesquisadores afirmam que é possível sentir entre os devotos do hindu o medo de que os deuses os comparem com os robôs. Afinal, os robôs poderiam exercer as funções no templo com maior qualidade do que os humanos, o que pode ser um problema muito grande para eles. Ainda assim, a tecnologia segue em pleno uso nos templos da Índia.
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