Segundo Harvard, estas são as 5 carreiras 'mais infelizes' no mundo
Estudo de Harvard liga solidão no trabalho a maior insatisfação.
Uma investigação conduzida pela Universidade de Harvard, com duração de 85 anos e abrangendo mais de 700 profissionais globais, revelou que certas ocupações são mais propensas a provocar insatisfação.
Esse levantamento, que acompanhou periodicamente os participantes, identificou que empregos com menor interação social contribuem significativamente para o descontentamento no ambiente de trabalho.
A solidão no trabalho aumenta o descontentamento
Conforme os resultados da pesquisa, trabalhos caracterizados pela ausência de colaboração e interação com equipes são os que mais desencadeiam sentimentos negativos. A solidão profissional, marcada pela falta de contato humano, faz com que as horas laborais se estendam de forma mais pesada, impactando diretamente no bem-estar do indivíduo.
Mulher sentada, apoiada sobre uma parede, triste e com as mãos no rosto – Imagem: salz clinica/Reprodução
Entre as ocupações com maiores índices de insatisfação estão os entregadores, motoristas de longas distâncias, trabalhadores remotos e profissionais do varejo.
Entregadores
O trabalho de entrega, fundamental na dinâmica urbana atual, se destaca como uma das profissões com maior nível de insatisfação. Apesar da aparente liberdade de movimento, entregadores enfrentam uma realidade de interações breves e superficiais, que pouco contribuem para a sensação de pertencimento ou reconhecimento social.
O estudo aponta que a natureza transitória dessas interações, muitas vezes marcadas por indiferença ou até desrespeito, reforça sentimentos de isolamento.
Motoristas de caminhões
Para os motoristas de caminhões, a longa jornada pelas estradas se traduz em horas de isolamento. Apesar do papel crítico na cadeia de suprimentos, a profissão é caracterizada pela solidão, com poucas oportunidades para interações significativas.
Os momentos de pausa, como paradas em postos de gasolina, oferecem algum alívio, mas são insuficientes para contrabalançar as longas horas de solidão.
Profissionais remotos
A modalidade de trabalho remoto, embora tenha ganhado força como uma alternativa flexível, carrega o peso do isolamento. A falta da estrutura física do escritório e das interações casuais com colegas pode deixar esses profissionais se sentindo desconectados da equipe, afetando negativamente seu bem-estar e satisfação profissional.
A pesquisa ressalta que, sem os vínculos formados no ambiente corporativo, a jornada de trabalho pode se tornar mais pesada e solitária.
Balconistas e varejistas
No varejo, balconistas e outros profissionais lidam diariamente com o desafio do atendimento ao público. As interações, embora frequentes, são muitas vezes marcadas por demandas e, em casos extremos, por comportamentos grosseiros dos consumidores.
Essa dinâmica pode levar a uma percepção de trabalho mecanizado e despersonalizado, contribuindo para a sensação de desvalorização e insatisfação.
A importância do relacionamento interpessoal
O estudo enfatiza a relevância dos relacionamentos positivos, tanto na vida pessoal quanto no ambiente de trabalho, como fonte de felicidade e saúde mental.
Robert Waldinger, professor da Harvard Medical School, destaca a importância de um ambiente que promova a colaboração e a construção de vínculos como chave para uma experiência laboral mais gratificante.
Promover a interação entre colegas, formar grupos com interesses comuns e estimular a colaboração são algumas das estratégias sugeridas para combater a solidão no trabalho.
Estas práticas podem auxiliar na criação de um ambiente mais acolhedor e menos estressante, incentivando o desenvolvimento de relações positivas entre os membros da equipe.
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