Seu filho pode parecer saudável — mas o coração dele pode estar em perigo

Adolescentes saudáveis podem ter problemas cardíacos silenciosos por má alimentação e sedentarismo, alerta estudo.

Adolescentes que aparentam ser saudáveis, mesmo com peso normal, podem estar silenciosamente desenvolvendo sérios problemas cardíacos devido a maus hábitos alimentares e falta de atividade física. A conclusão é de uma pesquisa recente realizada pela Universidade da Finlândia Oriental, que observou fortes indícios de que níveis elevados de açúcar no sangue já na juventude podem provocar alterações estruturais no coração.

Foto: Freepik

Os cientistas analisaram 1.595 jovens de 17 a 24 anos, acompanhados pela famosa coorte Children of the 90s, da Universidade de Bristol. Ao medir os níveis de glicose em jejum, perceberam que valores persistentemente altos — mesmo abaixo do limite clínico para diabetes — estavam associados a um aumento de 46% no risco de hipertrofia ventricular esquerda, uma condição que compromete a capacidade do coração de bombear sangue corretamente.

Essa hipertrofia, apesar de inicialmente silenciosa, pode evoluir para sintomas como dor no peito, falta de ar e arritmias. Se não tratada, pode resultar em parada cardíaca súbita e morte.

Segundo o professor Andrew Agbaje, responsável pelo estudo, “o alto nível de glicose no sangue pode danificar o coração de adolescentes muito antes do surgimento do diabetes tipo 2”. Ele ainda destacou que o impacto é cinco vezes mais agressivo em meninas do que em meninos, apontando a necessidade de atenção especial à saúde feminina nessa faixa etária.

Fatores como histórico familiar de doenças cardíacas, sedentarismo e tabagismo também foram considerados no estudo e podem agravar o quadro. O alerta é claro: alimentação balanceada e prática regular de exercícios são essenciais para evitar complicações precoces.

Situação no Brasil

O cenário brasileiro também preocupa. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o número de jovens brasileiros com diabetes tipo 2 aumentou cerca de 35% nos últimos cinco anos. Atualmente, estima-se que mais de 180 mil jovens entre 15 e 29 anos convivam com a doença no país. O Ministério da Saúde reforça a necessidade de reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, controlar o estresse e praticar pelo menos 150 minutos de atividade física por semana como formas de prevenção.

A tendência mostra que, se mudanças de estilo de vida não forem incentivadas desde cedo, doenças antes restritas à fase adulta, como diabetes e insuficiência cardíaca, poderão se tornar ainda mais comuns entre adolescentes.

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