Tecidos conjuntivos: ósseo e sanguíneo

Estude sobre os Tecidos Conjuntivos ósseo e sanguíneo, saiba quais são suas estruturas e funções em nosso corpo.

Tecido ósseo

Esse tecido é muito mais rígido e forte que o tecido cartilaginoso por possuir a substância intercelular calcificada, composta por fibras colágenas e sais de cálcio, como o fosfato, por exemplo. Apesar de ser resistente, existem células vivas, chamadas de osteócitos, no tecido ósseo. Elas estão presentes em cavidades ou lacunas que estão ligadas por canalículos, por onde se com os canais de Havers, onde passam os vasos sanguíneos. Em um corte anatômico observamos que os osteócitos formam camadas concêntricas em torno de cada canal de Havers. Essa organização existe para que seja possível chegar alimento e oxigênio até os osteócitos.

Estrutura de um osso
Estrutura de um osso

Os ossos que são achatados, como os do crânio, são formados por um tecido conjuntivo embrionário através de um processo chamado de ossificação intramembranosa. Entretanto, a maioria dos ossos são formados por moldes de cartilagem, um processo que ocorre no embrião e é conhecido como ossificação endocondral. São as células cartilaginosas as responsáveis por fabricar a enzima fosfatase alcalina, que provocara o depósito de fosfato de cálcio na matriz da cartilagem, fazendo com que ela seja dura e impermeável. Os condrócitos ficam isolados depois dessa impermeabilização e morrem, assim cessa a renovação da matriz e ela começa a se dissolver. O osso será construído nesse “molde” das ruínas da cartilagem.

Veja também: Tecidos conjuntivos: conjuntivo propriamente dito e adiposo

Quase todo o processo de formação dos ossos do indivíduo é formado ainda no útero da mãe, durante os nove meses de gestação. Entretanto, quando o bebê nasce, na extremidade dos ossos longos ainda existe o disco de conjugação, um disco de cartilagem que permite que o osso cresça longitudinalmente. Ao final da adolescência essa cartilagem é inteiramente substituída por osso.

Tecido sanguíneo

O tecido sanguíneo possui a substancia intercelular em forma líquida, chamada de plasma. O plasma é composto por água e proteínas que são as vias de transporte de oxigênio, nutrição, hormônios e excretas. No plasma sanguíneo encontramos três elementos figurados desse tecido: glóbulos vermelhos ou hemácias, glóbulos brancos ou leucócitos e as plaquetas.

  1. Glóbulos vermelhos ou hemácias

Em 1mm3 de sangue humano existem cerca de 5 milhões de hemácias, ou seja, as hemácias são as células mais numerosas do corpo humano. A morfologia dessas células pode mudar de acordo com o grupo animal tratado, nos mamíferos elas são circulares, bicôncavas e anucleadas, no seu interior elas possuem a hemoglobina, uma proteína que contém ferro e é responsável pelo transporte de O2. Cada hemácia tem uma vida útil de 120 dias, após esse período elas são destruídas no fígado e no baço. As novas hemácias que substituirão as que foram destruídas são originadas na medula.

Glóbulos vermelhos ou hemácias de mamíferos
Glóbulos vermelhos ou hemácias de mamíferos
  1. Glóbulos brancos ou leucócitos

Existem muitos tipos de glóbulos brancos, de 6 mil a 10 mil por mm3 de sangue. Eles podem ser divididos em dois grupos: granulócitos e agranulócitos.

Granulócitos

Possuem grânulos no citoplasma e têm núcleos com vários formatos, podendo apresentar dois ou mais lóbulos. Por isso, eles são conhecidos também como leucócitos polimorfonucleares (várias formas). Podem ser de três tipos: neutrófilos, acidófilos ou eosinófilos e basófilos.

  • Neutrófilos: ocorrem em maior quantidade no sangue, chegando a 60 até 70%. Os neutrófilos podem atravessar paredes de capilares e destruir bactérias com fagocitose, englobando-as e digerindo-as com enzimas especializadas. Esse processo forma uma substância conhecida como pus, composta por células e leucócitos mortos.
  • Acidófilos ou eosinófilos: representam cerca de 2 a 4% do sangue, eles defendem o corpo contra ataques de vermes parasitas e também podem agir nas alergias.
  • Basófilos: possuem pequena quantidade no sangue, no máximo 1%. São os basófilos que liberam a histamina, uma substância capaz de dilatar os vasos sanguíneos (vasodilatadora) e que provoca reações alérgicas. Os basófilos liberam também a heparina, um importante anticoagulante.

Agranulócitos

Os agranulócitos não apresentam grânulos no citoplasma, possuem núcleos esféricos e são chamados de mononucleares. Podem ser de dois tipos: monócitos e linfócitos.

  • Monócitos: eles podem se transformar em macrófagos do tecido conjuntivo e fagocitar microrganismos e células mortas.
  • Linfócitos: essas células representam cerca de 20 a 30% do sangue. Podemos ter linfócitos de dois tipos: os linfócitos T e os linfócitos B. Os linfócitos T são responsáveis por atacar células invasoras estranhas. A ativação das células de defesa acontece pela ação dos linfócitos T auxiliares. Os linfócitos T supressores fazem com que as reações causadas pela ativação das células de defesa diminuam, assim que o combate à infecção termina. Os linfócitos B transformam-se em plasmócitos e produzem os anticorpos que encaixam-se nos antígenos e os inativam. Cada anticorpo é capaz de inativar apenas um antígeno. O número de leucócitos pode aumentar na ocorrência de uma infecção.
Diversidade de glóbulos brancos ou leucócitos
Diversidade de glóbulos brancos ou leucócitos
  1. Plaquetas

As plaquetas são numerosas no tecido sanguíneo, cerca de 200 a 400 mil por mm3. Elas são fragmentos de citoplasma que são formadas de células especiais na medula óssea. As plaquetas são responsáveis pela coagulação do sangue e ajudam a interromper hemorragias, por exemplo. Quando existe o rompimento de um vaso sanguíneo, as plaquetas se acumulam no local e bloqueiam parcialmente o vaso, impedindo a perda excessiva de sangue.

As plaquetas liberam tromboplastinas que se juntam a substâncias liberadas pelo tecido lesado (tromboplastinas teciduais) e com muitos fatores presentes no sangue, formam o ativador da protrombina que transforma a enzima inativa, protrombina, em uma enzima ativa, a trombina. A trombina se transforma a proteína do plasma fibrinogênio em fibrina. É a rede formada por fibrinas que promove a coagulação sanguínea.

Imagem de microscopia de transmissão de uma hemácia, um leucócito e uma plaqueta
Imagem de microscopia de transmissão de uma hemácia, um leucócito e uma plaqueta

Denisele Neuza Aline Flores Borges
Bióloga e Mestre em Botânica

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