Tubarão monitorado por cientistas foi devorado, mas ninguém sabe pelo quê
O animal, que tinha 2,2 metros de comprimento, era uma fêmea que iria dar à luz dois filhotes.
Um grupo de cientistas que monitoravam um tubarão-sardo (Lamna nasus) se depararam com um mistério ainda sem solução. O animal, marcado com dispositivos de rastreamento, foi devorado por outro predador gigante.
O evento, ocorrido em março de 2021, mas com detalhes divulgados só agora, intrigou pesquisadores e levantou questões sobre o comportamento dos maiores predadores dos oceanos.
A vítima era uma fêmea grávida de dois filhotes, que nadou por meses tranquilamente até que seus sinais de rastreamento revelaram uma reviravolta.
Algo havia engolido o tubarão na região de Cape Cod, nos EUA, e levado a etiqueta para as profundezas do oceano, um fenômeno raro e fascinante.
Os indícios do ocorrido
Os cientistas que rastreavam o tubarão-sardo fêmea de 2,2 metros de comprimento notaram mudanças nos dados de temperatura e profundidade emitidos pelo rastreador, o que levantou a suspeita de predação.
As temperaturas registradas de 22°C indicavam que o predador era um animal de sangue quente. Isso limitava as opções para os cientistas, sugerindo que o culpado era um grande predador.
Tubarão fêmea estava grávida e esperava por dois filhotes – Imagem: reprodução
Entre as principais suspeitas estava o famoso tubarão-branco (Carcharodon carcharias), conhecido por ser o mais poderoso predador marinho.
Outro possível candidato era o tubarão-mako (Isurus oxyrinchus), também conhecido por suas formidáveis habilidades de caça.
Porém, os padrões de mergulho constantes não se encaixavam no comportamento dos makos, reforçando a suspeita de que o tubarão-branco era o culpado. De qualquer forma, ainda não se tem certeza sobre quem devorou o animal monitorado.
Um episódio misterioso e de certa forma preocupante
O evento raro mostra que até animais formidáveis, como o tubarão-sardo, estão vulneráveis a ataques de predadores maiores. Esse tipo de predação levanta questões sobre a dinâmica entre grandes tubarões.
A profundidade do ataque, a cerca de 300 metros, sugere que esse é um caso de comportamento oportunista, em que o atacante foi impulsionado pelo ambiente inóspito e escasso de presas para se alimentar de um semelhante.
Por outro lado, os cientistas que rastrearam o ataque apontam para as consequências ecológicas desse tipo de predação.
Com a perda da fêmea grávida, toda uma geração de tubarões-sardo desapareceu, o que é preocupante para uma espécie já ameaçada pela sobrepesca.
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