Brasil volta a exigir visto para turistas dos Estados Unidos, Austrália, Japão e Canadá

Desde 2019, o Brasil não exigia visto para turistas dos Estados Unidos, Japão, Austrália e Canadá. No entanto, isso mudou a partir da última segunda-feira, dia 13, quando o Ministério das Relações Exteriores anunciou que o Brasil voltará a exigir visto para turistas desses países. Essa medida gerou discordância entre especialistas.

Princípio da reciprocidade

Segundo o anúncio do Itamaraty, ou do Ministério das Relações Internacionais, a revogação da medida não aconteceu de forma abrupta. Isso porque o Brasil entrou em contato com esses países em busca de pedir que eles também oferecessem a ausência de visto para os turistas brasileiros. Como isso não aconteceu, houve a decisão da revogação.

Nesse sentido, o Brasil optou pelo princípio da reciprocidade, que é muito importante dentro das relações diplomáticas, especialmente as que envolvem turismo.

Para muitos especialistas, essa posição foi correta e pode gerar mais credibilidade e poder de barganha em negociações internacionais. Todavia, a isenção do visto foi uma reivindicação do setor do turismo por anos.

Inclusive, em 2017, ainda no governo do ex-presidente Michel Temer, o Ministério do Turismo propôs que houvesse a isenção do visto. Na ocasião, o Itamaraty respondeu que não iria considerar dar isenção a qualquer país com quem não pudesse estabelecer igualdade.

Logo, o fim da exigência do visto veio apenas em 2019 por decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Críticas ao fim da isenção

As principais críticas quanto ao fim da isenção vieram por parte de representantes de entidades do setor do turismo. Para eles, o princípio da reciprocidade não serve para o turismo, uma vez que o Brasil não é um dos grandes destinos turísticos dos estadunidenses e dos cidadãos dos demais países.

Assim, não há como exigir semelhante comportamento do outro lado.

Ademais, esses representantes também negam o discurso de que o número de turistas no Brasil não cresceu após o fim do pedido da isenção. Isso porque, segundo eles, a pandemia atrapalhou muito o setor do turismo.

No caso, em 2022, o país teve um pico de turistas estadunidenses no país, porém o número foi semelhante ao pico anterior em 2012.