Um novo jeito de comer carne? O futuro está aqui e parece incrível
Avanço da carne cultivada atrai investidores e promete mudanças significativas na indústria alimentícia.
Nos últimos anos, a produção de carne cultivada em laboratório tem ganhado destaque entre investidores, cientistas e grandes empresas do setor alimentício.
Tal alternativa, conhecida como carne celular, propõe a produção de proteína animal a partir de células-tronco, o que evita o abate de animais. Essa inovação pode reduzir os impactos ambientais e otimizar recursos, respondendo assim à crescente demanda global por soluções sustentáveis.
O mercado de carne celular está em rápido crescimento, com mais de 100 startups focadas no desenvolvimento dessa tecnologia.
Empresas como Upside Foods, Mosa Meat, Aleph Farms e Eat Just estão à frente desse movimento, ao captarem expressivos investimentos para pesquisa e desenvolvimento.
Desde 2020, aportes nesse segmento superaram US$ 2 bilhões (R$ 12,07 bilhões*), o que possibilitou avanços significativos nos processos de cultivo e redução de gastos.
A evolução dos custos de produção é notável. Em 2013, um hambúrguer de laboratório custava US$ 300 mil (R$ 1,8 milhões*). Atualmente, o valor está entre US$ 50 e 100 (R$ 301,85 – R$ 603,71*) por quilo na fase pré-comercial.
Especialistas preveem que, com novos biorreatores e economia de escala, esse custo pode cair para US$ 20/kg (R$ 120,74/kg*) ou menos nos próximos anos.
Carne pode ser produzida em laboratório sem necessidade de abate animal – Imagem: reprodução/Tomwieden/Pixabay
Investimento da JBS em carne cultivada
Ao reconhecer o potencial da carne cultivada, a JBS, uma das maiores produtoras de proteínas do mundo, tem investido significativamente em proteínas alternativas. A empresa já iniciou projetos em várias partes do mundo, a fim de consolidar sua posição nesse mercado emergente.
Local |
Investimento |
Objetivo |
Florianópolis, Brasil |
R$ 308 milhões |
Centro de pesquisa para estudos de cultivo celular |
San Sebastián, Espanha |
US$ 41 milhões (R$ 247 milhões*) |
Fábrica de carne bovina cultivada |
Entre 2021 e 2025, a JBS planeja investir US$ 100 milhões (R$ 603 milhões*) em projetos de carne cultivada. Contudo, a transição para uma produção industrial em larga escala exige grandes biorreatores e processos eficientes.
A regulamentação em regiões como Estados Unidos, Europa e Ásia será crucial para o sucesso global de tal tecnologia.
Aceitação e sustentabilidade: os próximos passos
A aceitação do consumidor é vital para a popularização da carne cultivada. Esclarecer seus benefícios e dissipar mitos relacionados à “carne de laboratório” são passos importantes. Campanhas de conscientização e parcerias com chefs renomados podem ajudar nesse processo.
Além disso, a carne cultivada promete um menor uso de recursos naturais e emissões de gases poluentes, o que se torna uma solução atraente para investidores e consumidores preocupados com o meio ambiente.
Assim, ao combinar inovação tecnológica e ciência, a carne celular conseguirá, em breve, ser uma opção competitiva e acessível no mercado.
* Valores de conversão consultados no dia 15 de janeiro de 2025.
Comentários estão fechados.