Uma das três leis de Newton pode ter sido mal interpretada esse tempo todo; saiba mais

Isaac Newton, um dos cientistas mais influentes da história, desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da ciência, especialmente na Física e na Matemática.

Ao formular três leis que revolucionaram nossa compreensão da dinâmica dos corpos, Newton promoveu uma transformação duradoura na Física.

No entanto, um novo estudo sugere que, desde sua descrição há mais de três séculos, talvez tenhamos interpretado a primeira dessas leis, a Lei da Inércia, de maneira ligeiramente equivocada.

Mas afinal, o que pode haver de errado na Lei da Inércia de Newton?

“Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças aplicadas sobre ele”

Em outras palavras, segundo a Lei da Inércia, os objetos não mudam naturalmente seu estado de movimento por conta própria; eles precisam de uma força para alterar seu estado. Contudo, a tradução do texto original para o inglês foi feita em 1729.

Com isso, ao revisar os termos, o filósofo Daniel Hoek identificou um erro que nunca foi retificado nos escritos originais: a expressão “a menos”.

Em sua revisão dos registros, Hoek notou que a expressão “a menos” havia sido traduzida do latim “quatenus”, que, na verdade, significa “na medida”. Essa descoberta foi em 1999 e é considerada significativa pelo filósofo, pois altera a interpretação da Lei da Inércia até certo ponto.

Com essa correção, o filósofo acredita que Newton estava realmente afirmando que qualquer alteração no estado de movimento uniforme ou repouso de um corpo ocorre devido a uma força externa, em vez de implicar que essas forças não atuam previamente sobre ele.

Embora possa parecer apenas um erro semântico que não afeta a física em si, essa correção esclarece o propósito da Lei da Inércia e a intenção de Newton ao formulá-la.

De acordo com a visão de Newton, todos os corpos no universo estão sujeitos a forças, especialmente à gravidade. Portanto, estritamente falando, corpos totalmente livres de forças não existem.

Isso levanta questões sobre o propósito de uma lei natural que não governa nada e por que ela foi designada como a Primeira Lei do Movimento de Newton.

Entretanto, ao analisarmos com mais atenção, percebemos que forças externas, como a gravidade e o atrito, estão sempre presentes e atuantes.

É difícil acreditar que Newton, o próprio descobridor da Lei da Gravitação Universal, não levaria essas forças em consideração ao formular a Lei da Inércia.