Medicação milionária para o tratamento da AME será custeada por planos de saúde
Pacientes com Atrofia Muscular Espinhal (AME) terão direito ao acesso gratuito à medicação milionária. Remédio pode chegar a custar R$ 12 milhões.
Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma doença degenerativa causada geneticamente no sistema neuromuscular. A capacidade motora de todo o corpo é comprometida pela ausência de proteína, que faz os neurônios motores permanecerem em bom estado. O controle motor, a força, a respiração e o simples ato de engolir são comprometidos. Tudo o que exige a coordenação motora é afetado.
De acordo com especialistas, a AME permanece sendo um risco progressivo para a vida.
A neuropediatra Alexandra Prufer afirma que há tratamentos e medicações disponíveis para a condição.
“Existem terapias não medicamentosas e medicamentosas. Elas devem ser iniciadas o mais rápido possível. No início da doença, para ter o melhor efeito possível. Quanto mais tarde é iniciado o tratamento, menor o benefício. O que acontece é a degeneração, a disfunção dos neurônios motores. E com o passar do tempo, os neurônios morrem, e será irrecuperável. Eles não são substituíveis por outros.”
Medicação para AME será custeada por planos de saúde
Para o tratamento da doença, conforme orientado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foi aprovado na última segunda-feira, 6, o uso da medicação Onasemnogeno abeparvoveque, popularmente conhecida como Zolgensma (Novartis). Ela deverá ser oferecida como remédio obrigatório para pacientes com o tipo I de até 6 meses.
A medicação Zolgensma é recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), pois age como a primeira parte do tratamento, ou seja, não há a necessidade de uma repetição da dose. De acordo com Prufer, o remédio é inserido na célula em pacientes de até 2 anos de idade, fazendo com que o corpo passe a fabricar a proteína para gerar o bom funcionamento motor.
A que notícia está entre as melhores para o tratamento da enfermidade certamente recebeu grande aprovação dos familiares de pacientes com AME e da sociedade de modo geral. A fisioterapeuta Fernanda Batista, do Rio de Janeiro, informou que a decisão de gratuidade para os pacientes vai gerar menos acesso ao Judiciário por uma justificativa social:
“Até hoje, as crianças que têm plano de saúde precisavam de judicialização, porque o medicamento é considerado o mais caro do mundo. Custa em torno de R$ 12 milhões.”
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