Você sabia? Clima impacta nossas funções cognitivas; descubra como

Algumas pessoas acreditam que o clima, seja ele quente ou frio, influencia nossas funções cerebrais, como a concentração. Mas será que isso é verdade mesmo?

Quando o clima está mais frio, o corpo humano passa a perder calor para o ambiente, sensação essa que é frequentemente acompanhada de calafrios e contração dos músculos.

Em termos físicos, as baixas temperaturas reduzem a velocidade das reações químicas e podem afetar a viscosidade de líquidos, tornando-os mais espessos.

Ou seja, quando a temperatura está mais fria, as moléculas tendem a se mover mais lentamente do que em altas temperaturas.

Isso ocorre porque a energia cinética das moléculas está menor, fato que resulta em uma redução na frequência e amplitude de suas vibrações e movimentos translacionais.

Temperaturas frias melhoram nossa concentração, afinal?

Para além dos nossos conhecimentos sobre as variações de temperatura, surge a seguinte dúvida: será que, em dias frios, fica mais fácil para o ser humano se concentrar em suas tarefas e atividades diárias?

Sabemos que a concentração refere-se à capacidade de focar a mente em uma tarefa específica, excluindo distrações externas ou internas.

É um estado mental que permite a atenção total em uma atividade, otimizando o desempenho cognitivo.

Portanto, a concentração é influenciada por diversos fatores, como ambiente, nível de interesse na atividade, nível de energia e saúde mental.

Nesse contexto, como a temperatura está relacionada à concentração?

Qual é a relação entre concentração e temperatura?

Estudo revela a influência da temperatura na concentração humana – Imagem: Reprodução

Conforme revelado por uma análise abrangente conduzida pela National Library of Medicine, as baixas temperaturas são um desafio para o nosso cérebro.

Em um exame minucioso de dezoito estudos, os pesquisadores encontraram evidências alarmantes: a exposição imediata ao frio pode congelar temporariamente nossa função cognitiva.

A atenção, a velocidade de processamento e até mesmo a memória são afetadas pela queda das temperaturas, como observado em quinze desses estudos.

Os efeitos das baixas temperaturas podem persistir mesmo após nos refugiarmos no calor acolhedor.

A chamada ‘névoa mental’, uma sensação de confusão e lentidão mental, pode continuar a assombrar-nos mesmo depois de nos despedirmos do inverno.

O clima realmente afeta nossas funções cognitivas

O estudo destaca a vulnerabilidade do cérebro às mudanças ambientais e ressalta a importância de medidas preventivas.

Já no que diz respeito ao calor, um estudo dedicou-se ao impacto das altas temperaturas sobre o desempenho cognitivo de estudantes universitários.

Durante um período de quase duas semanas, os jovens foram submetidos a testes matinais em seus próprios celulares enquanto enfrentavam uma onda de calor sem precedentes.

Alguns viviam em dormitórios climatizados, mantidos a uma confortável temperatura de 21,7 °C, enquanto outros enfrentavam o calor escaldante de quartos não climatizados, com termômetros marcando temperaturas em torno de 26,7 °C.

Os resultados não poderiam ser mais claros: aqueles expostos ao calor extremo demonstraram um desempenho notavelmente inferior.

Desde exercícios de matemática até o desafiador teste Stroop, que avalia a capacidade de concentração e resposta rápida, os estudantes enfrentaram uma redução de cerca de 10% na precisão e velocidade de resposta sob o calor abrasador.

Os pesquisadores sugerem que a interrupção do sono, causada pelas noites quentes e desconfortáveis, desempenha um papel crucial.

Essa privação de sono não apenas prejudica o foco e a clareza mental, mas também afeta a reatividade e a capacidade de resposta do cérebro.

Além disso, estudos anteriores já haviam indicado que temperaturas acima de 26,1 °C estão associadas a uma queda na atividade do sistema nervoso parassimpático e níveis mais baixos de oxigênio no sangue, o que pode ter sérias implicações na cognição.

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