Brasil Colônia – Resumo, revoltas, atividades econômicas e escravidão
Veja quais foram os principais acontecimentos que marcaram os mais de 300 anos em que o Brasil foi colônia de Portugal.
Os portugueses chegaram ao Brasil em 22 de abril de 1500. Entretanto, a colonização não começou de pronto. A princípio, poucos portugueses se deslocaram para as novas terras, e os que vieram, tinham apenas objetivo de laborar na extração do pau-brasil, que era integralmente enviado para a metrópole.
Durante os 30 primeiros anos do país, que são conhecidos com período pré-colonial, foi assim. A ocupação estava concentrada praticamente no litoral do país, com destaque para a região de Mata Atlântica, que era onde estava concentrada a maior parte do pau-brasil.
Neste período, a força de trabalho era composta por poucos portugueses e pelos índios, que trabalham para os exploradores em troca de pequenos objetos sem valor, prática que ficou conhecida como escambo.
A descoberta das novas terras, de imediato, despertou interesse de outros países europeus, principalmente daqueles que não estavam incluídos no Tratado de Tordesilhas, que dividiu as terras americanas recém-descobertas entre espanhóis e portugueses.
Dessa forma, o litoral brasileiro foi alvo de ataques principalmente de franceses, holandeses e ingleses. Os piratas e corsários franceses eram muito temidos pela Coroa, por extrair ilegalmente e contrabandear o pau-brasil, que era a fonte de lucro nas terras brasileiras.
Assim, em 1530, liderada por Martim Afonso de Sousa, a primeira expedição com o objetivo de colonizar o Brasil e evitar ataques e invasões de outras nações, é enviada pelo governos lusitano.
Período Colonial Brasileiro
Com a vinda dessa excursão, começou, de fato, a colonização do território brasileiro. Aqui, um dos principais feitos de Martim Afonso de Souza foi o início da produção açucareira no país. Uma série de engenhos foi instalada, principalmente no nordeste.
O grande objetivo da produção de açúcar, obviamente, era aumentar os lucros extraídos da colônia. Por conta da demasiada, e acelerada, exploração do pau-brasil, logo as árvores ficaram escassas. Então, era preciso estabelecer uma nova fonte de renda.
A cana-de-açúcar se adaptou bem ao solo nordestino e o seu produto era muito bem quisto no mercado. A força de trabalho que estava aqui já não era suficiente. Dessa forma, os africanos escravizados foram trazidos ao país para trabalhar nos engenhos.
A vinda deles para o Brasil era outra fonte que rendia bons lucros, uma vez que era feita pelo meio do tráfico negreiro, em que as pessoas eram capturadas em seus países de origem, na África, e trazidas ao Brasil dentro de navios sem a menor condição sanitária. Chegando aqui, eram vendidos aos donos de fazenda para atuar como mão de obra em qualquer tipo de trabalho.
Capitanias hereditárias e governo-geral
A primeira tentativa de colonização não foi bem sucedida, e o país continuava sendo alvo de ataques. A nova tentativa foi feita por meio das capitanias hereditárias. O território brasileiro foi dividido em quinze porções, e cada uma delas foi doada a um capitão ou donatário.
Esses homens faziam parte da baixa nobreza de Portugal, e a ideia é que cada um ficasse responsável pela colonização e proteção de sua parte de terra. Entretanto, esta tentativa também não foi bem sucedida. Por conta da distância até a metrópole, extensão do território, escassez de recursos e a persistência dos ataques, esse sistema não prosperou.
A nova saída encontrada pela Coroa foi a instituição do governo-geral. Assim, em 1549, Tomé de Souza assume a administração da colônia. Ele ficou no posto até 1553, e depois dele, dois sucessores se destacaram na função, Duarte da Costa que governou entre 1553 e 1558 e Mem de Sá, que ocupou o cargo entre 1558 e 1572.
Sob administração do governo-geral, o país, já de volta ao controle da Coroa, experimentou um bom período de desenvolvimento. Salvador foi estabelecida como a capital do país, novos engenhos foram fundados no nordeste, a pecuária foi introduzida na colônia e cidades importantes como São Paulo e Rio de Janeiro foram criadas.
Invasões Holandesas
Entre os 1580 e 1640, as colônias de Portugal, incluindo o Brasil, ficaram sob domínio espanhol, por meio da chamada Unificação Ibérica. No final desse período, e até mesmo um pouco depois, entre 1624 e 1654, no auge da época dos engenhos, o país foi invadido pelos holandeses duas vezes.
Uma vez que durante a União Ibérica do comércio entre Brasil e Holanda estava proibido, o país decidiu, por meio das invasões, conquistar o nordeste brasileiro visando o restabelecimento do da compra e venda de açúcar.
A primeira tentativa de invasão aconteceu em Salvador, em 1624. Sob o comando de Jacob Willekens, a então capital do país foi tomada pelos holandeses por praticamente um ano. Com a chegada de reforços espanhóis, o cidade foi devidamente retomada.
Os holandeses realizaram, ainda, uma segunda tentativa, no ano de 1630. Dessa vez, tomaram a cidade de Olinda, estado do Pernambuco. Esta foi melhor sucedida e, enfim, conseguiram estabelecer um governo aqui e retomar o comércio de açúcar, até que em 1654, depois de muitos conflitos, foram expulsos do território brasileiro.
O Ciclo do Ouro
As primeiras descobertas de outro no Brasil foram feitas ainda no século XVII, aproximadamente em 1690. Entretanto, o auge das atividades auríferas no país aconteceu no século XVIII.
A descoberta do metal precioso causou verdadeiro furor entre os habitantes do país, que sonhavam em encontrar grandes quantidades de ouro e enriquecer de uma hora para outra. Apesar de a maioria das atividades relacionadas ao ciclo do ouro acontecessem em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso também receberam muitos garimpeiros.
Naquele período, principalmente entre os anos de 1750 e 1770, Portugal passava por uma grave crise econômica, de modo que as riquezas da colônia foram ainda mais exploradas.
Nesse contexto, a Coroa determinada a arrecadação do quinto, um imposto que compreendia 20% de todo o auto produzido pela colônia. Para evitar sonegação, toda a produção era fiscalizada por meio das casas de fundição do governo português.
Revoltas coloniais
Essa cobrança de altos impostos e o desejo de independência estão entre os maiores motivos de explosão de revoltas no Brasil durante o período colonial. Entre as principais, podemos citar quatro:
- Guerra dos Emboabas (1707 – 1709)
- Revolta de Felipe dos Santos (1720)
- Guerra dos Mascates (1710 – 1711)
- Inconfidência Mineira (1789)
Fim do período colonial
Em 1808, fugindo das guerras napoleônicas, a Família Real Portuguesa transferiu-se para o Brasil. Poucos anos depois, em 1815, o Brasil deixou de ser uma simples colônia, e foi elevado ao status de Reino Unido de Portugal e Algarves.
Apesar disso, a independência só chegou em 1822, quando D. Pedro I, apoiado pela elite agrária brasileira proclamou a Independência e deu início ao período imperial.
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